O que me parece que está em jogo, na disputa entre britânicos e franceses no seio da União, a propósito da aprovação do orçamento comum, tem consequências assimétricas para os dois grandes pólos da disputa. Assim, enquanto o montante da redução no cheque que os ingleses estejam dispostos a aceitar terá sobretudo consequências financeiras para o Reino Unido, a redução dos apoios da PAC que venha a ser aceite pelo lado francês terá, na França, consequências económicas e, por arrastamento, sociais.
Sem o embrulho de algodão da PAC, o sector primário da economia francesa arrisca-se a reduzir-se à expressão mínima, num país onde a excelência da sua produção alimentar é quase emblemática da sua identidade nacional – ao contrário dos anglo-saxónicos, que conseguiram reduzir o sofisticadíssimo acto de comer a uma contagem das calorias, hidratos de carbono e proteínas ingeridos por dia.
Será possível acreditar que, depois dos carros incendiados, haja algum político francês que seja capaz ou esteja disposto a enfrentar novas crises com os produtores de foie gras, de Beaujolais ou de Brie?
Os britânicos prevêem que não e, para se desculparem, de uma forma antecipada e surpreendente para a pátria da expressão fair play, arranjaram uma desculpa legalista, à francesa, para justificarem a sua inflexibilidade negocial que aborreceu sobremaneira o nosso ministro Freitas do Amaral.
É bom que ele se mostre aborrecido. Estas discussões no seio da União tem todo o ar de fim de festa, onde já todos se mostram saturados, e onde já não há distribuição de doces pelos meninos bem comportados – a Alemanha, entretanto, dá todo o aspecto de ir fechar o saco dos caramelos.
É bom que ele relembre junto dos nossos parceiros, de uma forma civilizada e diplomática bem entendido, que o nosso europeísmo varia na proporção directa do montante das ajudas comunitárias. Pode não ser muito correcto, muito menos idealista, mas o ambiente não anda propício ao faz de conta.
Ou como diria alguém, de uma forma mais rudimentar mas não menos acertada: que eles nos …………. ainda vai que não vai, agora que não conste para aí que a gente gosta.
Sem o embrulho de algodão da PAC, o sector primário da economia francesa arrisca-se a reduzir-se à expressão mínima, num país onde a excelência da sua produção alimentar é quase emblemática da sua identidade nacional – ao contrário dos anglo-saxónicos, que conseguiram reduzir o sofisticadíssimo acto de comer a uma contagem das calorias, hidratos de carbono e proteínas ingeridos por dia.
Será possível acreditar que, depois dos carros incendiados, haja algum político francês que seja capaz ou esteja disposto a enfrentar novas crises com os produtores de foie gras, de Beaujolais ou de Brie?
Os britânicos prevêem que não e, para se desculparem, de uma forma antecipada e surpreendente para a pátria da expressão fair play, arranjaram uma desculpa legalista, à francesa, para justificarem a sua inflexibilidade negocial que aborreceu sobremaneira o nosso ministro Freitas do Amaral.
É bom que ele se mostre aborrecido. Estas discussões no seio da União tem todo o ar de fim de festa, onde já todos se mostram saturados, e onde já não há distribuição de doces pelos meninos bem comportados – a Alemanha, entretanto, dá todo o aspecto de ir fechar o saco dos caramelos.
É bom que ele relembre junto dos nossos parceiros, de uma forma civilizada e diplomática bem entendido, que o nosso europeísmo varia na proporção directa do montante das ajudas comunitárias. Pode não ser muito correcto, muito menos idealista, mas o ambiente não anda propício ao faz de conta.
Ou como diria alguém, de uma forma mais rudimentar mas não menos acertada: que eles nos …………. ainda vai que não vai, agora que não conste para aí que a gente gosta.
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