Para além da gastronomia, os franceses têm expressões muito típicas e muito cómicas, de que o Oh La La que encima este post é um excelente exemplo. É preciso dizê-lo à francesa, ou seja, rolando os olhos e fazendo um gesto vago com a mão. O Chic, que aportuguesámos para chique, é outro exemplo de tudo aquilo que é genuinamente francês. Como os conceitos de panache ou de finesse ou de todos aqueles galicismos que tenho vindo a espalhar por este texto.
O que é desagradável é a constatação que os franceses estão convencidos de que tudo o que é típico, cómico, interessante, se encontra exclusivamente por detrás das fronteiras do seu hexágono; e depois, que o seu hexágono é a mesma coisa que a Europa.
Estou desconfiado que a origem da confusão tem para aí uns 200 anos, da última vez que a França foi arranjar um Chefe de Estado nascido fora do hexágono, um sujeito baixinho que dava pelo nome de Napoleão Bonaparte. Esse esteve, de facto, em vias de conquistar a Europa, e de ter transformado o Império Francês no continente, até ter feito uma visita a Moscovo que correu mal, muito mal, muito pior até, do que as excursões da Intourist à União Soviética no período da Guerra-Fria, onde as disenterias fizeram vacilar muitas convicções comunistas profundas. O que interessa para a história é que a Europa em peso (a outra, não a dos franceses) se reuniu e derrotou a França.
A verdade é que, mesmo assim, os franceses ficaram a idolatrar o corso pequenito, que é tão adorado em França como foi detestado no resto da Europa (será que daqui a 100 anos os alemães também vão erigir um panteão ao Adolfo?). E ficaram com todos os comportamentos de fidalgo arruinado, a quem a vida já correu melhor, ciumento das atenções que o mundo dá às outras potências emergentes, quais arrivistas ou parvenus, de meia e cueca rota mas sempre de queixo erguido.
E é essa forma tão francesa de fazer de conta que os torna cómicos, malgré eux. Mostram um desprezo não disfarçado pelo caos organizado que caracteriza os seus parentes latinos do Sul, sem o distanciamento para verem esse mesmo caos nas regras de trânsito que tem gerido a forma como se processa a circulação na praça de L´Étoile, mesmo no centro de Paris.
Criaram o seu Império Colonial, que foi sempre uma sombra do Império Britânico, resistiram à descolonização e foram militarmente derrotados, passaram a Guerra-Fria a fazerem-se passar por relevantes, muitas vezes às costas dos alemães, enquanto o francês foi desalojado de idioma de comunicação internacional perante a aparente incompreensão dos franceses das razões para que isso tivesse acontecido.
E, pourtant, estou curioso em saber qual seria a percentagem de franceses que responderia, numa sondagem, que consideravam que a França era a maior ou a segunda maior potência do Mundo.
É que a França parece mesmo um galo de trino ardente mas fracos esporões.
O que é desagradável é a constatação que os franceses estão convencidos de que tudo o que é típico, cómico, interessante, se encontra exclusivamente por detrás das fronteiras do seu hexágono; e depois, que o seu hexágono é a mesma coisa que a Europa.
Estou desconfiado que a origem da confusão tem para aí uns 200 anos, da última vez que a França foi arranjar um Chefe de Estado nascido fora do hexágono, um sujeito baixinho que dava pelo nome de Napoleão Bonaparte. Esse esteve, de facto, em vias de conquistar a Europa, e de ter transformado o Império Francês no continente, até ter feito uma visita a Moscovo que correu mal, muito mal, muito pior até, do que as excursões da Intourist à União Soviética no período da Guerra-Fria, onde as disenterias fizeram vacilar muitas convicções comunistas profundas. O que interessa para a história é que a Europa em peso (a outra, não a dos franceses) se reuniu e derrotou a França.
A verdade é que, mesmo assim, os franceses ficaram a idolatrar o corso pequenito, que é tão adorado em França como foi detestado no resto da Europa (será que daqui a 100 anos os alemães também vão erigir um panteão ao Adolfo?). E ficaram com todos os comportamentos de fidalgo arruinado, a quem a vida já correu melhor, ciumento das atenções que o mundo dá às outras potências emergentes, quais arrivistas ou parvenus, de meia e cueca rota mas sempre de queixo erguido.
E é essa forma tão francesa de fazer de conta que os torna cómicos, malgré eux. Mostram um desprezo não disfarçado pelo caos organizado que caracteriza os seus parentes latinos do Sul, sem o distanciamento para verem esse mesmo caos nas regras de trânsito que tem gerido a forma como se processa a circulação na praça de L´Étoile, mesmo no centro de Paris.
Criaram o seu Império Colonial, que foi sempre uma sombra do Império Britânico, resistiram à descolonização e foram militarmente derrotados, passaram a Guerra-Fria a fazerem-se passar por relevantes, muitas vezes às costas dos alemães, enquanto o francês foi desalojado de idioma de comunicação internacional perante a aparente incompreensão dos franceses das razões para que isso tivesse acontecido.
E, pourtant, estou curioso em saber qual seria a percentagem de franceses que responderia, numa sondagem, que consideravam que a França era a maior ou a segunda maior potência do Mundo.
É que a França parece mesmo um galo de trino ardente mas fracos esporões.
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