01 fevereiro 2019

COMO DAVOS - E A PACIÊNCIA COM A EVASÃO FISCAL DOS MULTIMILIONÁRIOS - PARECEM ESTAR A SAIR DE MODA...


Sem a presença de Trump, May, Macron o Forum de Davos deste ano parecia fadado a juntar-se sem nota relevante ao merecido esquecimento dos fóruns dos anos antecedentes, não tivesse havido esta intervenção acima de um historiador holandês desconhecido de 30 anos chamado Rutger Bregman, que, novato naquelas andanças, resolveu estragar a coreografia e dizer o que pensava verdadeiramente. Como se pode ler no artigo do The Guardian que o entrevista:
 
«I more or less ignored the question asked by the moderator and gave my speech instead. It was mainly to ease my own conscience: someone has to say what needs to be said. (...) nobody raises the issue of tax avoidance and the rich not paying their share. It is like going to a firefighters’ conference and not talking about water
 
Perdida entre milhares de intervenções, esta em particular, ocorrida nos primeiros dois minutos de um painel sobre a desigualdade que fora organizado pela revista Time, e deverá à linguagem vívida do orador («stupid philanthropy schemes») e ao acolhimento das redes sociais a sua posterior popularidade inconveniente. Como aconteceu anteriormente com outros protagonistas de outras iconoclastias (Tobin, Piketty), arrisco-me a antecipar que o momento o irá catapultar para famas que durarão mais de quinze minutos. Só que, depois, não acontece nada. Quanto aos leitores que prefiram a versão traduzida da intervenção (e a correspondente cobertura do acontecimento...) sugiro-lhes que esperem pela do Observador... Fazem-no com o entusiasmo de quem mastiga um sapo, mas, mesmo a respeito destes assuntos, eles obrigam-se aos serviços mínimos...

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