Quando os documentos são censurados antes da sua disponibilização pública (vamos utilizar a expressão sanitizados, tradução directa da expressão em inglês), existem duas grandes escolas de apresentação do documento resultante. As que deixam as parcelas omitidas em tinta escura, realçando o que foi feito (acima à esquerda, no documento A), e as que procuram ser subtis nas consequências do que deixa de estar acessível do documento original (é o caso em B). Pode parecer uma questão meramente estética, mas a experiência demonstra que raramente o é. Os autores da tinta escura normalmente assumem o que fizeram e porque o fizeram, os da tinta clara costumam ser os sonsos. É por isso que, quando fui ver as páginas do relatório da Auditoria à Caixa Geral de Depósitos (esta abaixo é apenas a página 48 das 263 que o compõem), fiquei francamente desagradado mesmo ainda antes de deduzir aquilo que fora sanitizado. Para além da constatação que, mais do que os protagonistas, até os próprios números foram censurados, deu-me logo uma má ideia da atitude preocupada como o documento fora disponibilizado, e não deve ter sido preocupação com a poupança de toner no caso de vir a ser fotocopiado...
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