Faz hoje precisamente uma semana que José Pacheco Pereira escreveu um artigo a que deu o título «A esquerda "identitária" (ou seja, o Bloco) diz adeus a Marx». «Resumindo de forma simplificada: a nação não conta, a religião não conta, a origem social não conta, a condição social não conta, a classe social conta cada vez menos, mas a raça, a cor, o sexo e o género contam muito, quase tudo.» E, vai daí, o (nosso) célebre barbudo (José Pacheco Pereira) virou 180º a fotografia do (internacionalmente consagrado) célebre barbudo (o original: Karl Marx). O que está incorrecto. No Bloco não haverá densidade teórica para se lerem os clássicos do século XIX e debater com o autor de As lutas operárias contra a carestia de vida em Portugal, mas há decerto a sensibilidade estética para se acautelarem as imagens icónicas do século XX. E, em vez de se inverter uma imagem de Marx, perguntamo-nos se no Bloco não preferem ver a coisa de forma mais progressista: que tal montar uma imagem de Lenin mais acomodatícia com a narrativa bloquista a respeito dos acontecimentos do bairro da Jamaica? (acima) Ou contribuir com uma nova linha de roupa para o esclarecimento do proletariado sobre o quem é quem na esquerda? (abaixo)
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