Se há coisa pela qual a nossa sociedade peca é pela falta de memória. E, consequentemente, se há coisa pela qual a nossa sociedade se fragiliza, é pela facilidade como quem dispõe da opinião publicada consegue fazer reviver ou enterrar a seu gosto os temas que considera convenientes. Hoje seria um excelente dia para ir perguntar a Miguel Frasquilho se ele ainda mantém a opinião a respeito dos feriados que expressava há seis anos ou se entretanto mudou de opinião. Mas como Frasquilho, apesar de ser do PSD, é um dos poucos equilibristas que restam ao regime, daqueles que estão em todas (já foi presidente da AIECP e é actualmente o chairman da TAP, escolhido pelo accionista Estado), percebe-se o desinteresse do PS em expô-lo ao ridículo de o exibir politicamente derrotado, por muito bem fundamentadas que estivessem as explicações apresentadas na altura para a supressão dos quatro feriados. Ainda hoje eu gostaria de tirar a limpo se tudo aquilo estava assente numa convicção técnica, ou se, com todo o seu voluntarismo, Miguel Frasquilho se prestou apenas a ser um peão de brega de uma causa necessariamente impopular.
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