21 dezembro 2017

«BUENU, POS MOLT BÉ, POS ADIÓS»

Vale a pena, hoje que se realizam eleições na Catalunha para eleger um novo parlamento local, evocar um episódio com precisamente quatro meses, por ocasião de um conferência de imprensa em que participava Josep Lluís Trapero, o comandante da força policial catalã dos Mossos d'Esquadra. Perante os protestos e o abandono da sala por um dos jornalistas presentes porque Trapero lhe estaria a responder em catalão, a famosa tirada ficou registada com um significado muito mais amplo do que aquele que se supõe que o autor lhe terá querido dar naquela circunstância: - «Buenu, pues mol bé, pues adiós». (A transliteração do comentário de Trapero tem mais do que uma versão, entre as mais catalãs e as mais acastelhanadas).
Vale também a pena recordar que o tema da conferência de imprensa era o hoje quase completamente esquecido atentado terrorista de Barcelona de 17 de Agosto deste ano. A ocasião fora precedida de um braço-de-ferro linguístico muito tradicional naquelas paragens, com os órgãos de comunicação social nacionais a pretenderem que as autoridades usassem como língua de trabalho o castelhano em precedência ao catalão e com aquelas escudando-se nos seus procedimentos de rotina de sempre, que dão natural primazia ao idioma local. Claro que Trapero fala fluentemente castelhano mas este foi mais um daqueles pequenos incidentes que só os espanhóis e outros países com problemas linguísticos semelhantes conseguirão entender em toda a sua subtileza.

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