12 dezembro 2014

«THE SHOW AIN´T OVER TILL THE FAT LADY SINGS»

Não existe equivalente em português para este coloquialismo norte-americano. É recente (não terá muito mais de 30 anos), costuma invocar-se durante as transmissões televisivas dos jogos para convencer as assistências a permanecerem até ao fim e existem várias explicações para ser formulado assim. Literalmente diz-nos que o espectáculo não acaba até à senhora gorda cantar. Mas enquadra-se a muitas outras situações, como a da evolução da imagem abaixo da edição do presépio deste ano, que se notabilizava por lá não ter quase nenhum figurante:
Nossa Senhora havia ido à Segurança Social com o Menino Jesus, reclamar pelo corte do RSI; José, desempregado, está a fazer um estágio profissional, mascarando os números do desemprego; por não haver empregos a sério por cá, os pastores tiveram que emigrar para a Suíça, enquanto os reis magos se viam a contas com os problemas dos vistos gold; também, mesmo que não fosse assim, nem haveria estrela de Belém no céu para os guiar, extinta com o desaparecimento do BES; e a crise atingia também os animais, que a vaca foi fazer figuração para a casa dos segredos da TVI. De todos os figurantes tradicionais de um presépio só lá figurava o burro, aguardando despropositadamente pela devolução da sobretaxa do IRS.
Só que este presépio fora concebido antes da eclosão do escândalo da detenção de José Sócrates e da sua transferência para Évora, novo local de destino de peregrinações. E é assim que aparece esta versão actualizada sem figura alguma, em que desaparece o burro contristado de sozinho e pouco confiado nas liberalidades de Maria Luís Albuquerque lhe devolver a sobretaxa do IRS antes do fim do ano, e que assim por assim se pôs à estrada a caminho de Évora para também visitar José Sócrates, ele que não é menos que o Barbas do Benfica.

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