02 dezembro 2014

A «MARCHA DOS VOLUNTÁRIOS»


A referência ao sinal indicativo de Rádio Tirana, por onde terminei um poste anterior, é pretexto para um outro numa mesma linha. É que ontem ficou por esclarecer que o sinal identificativo da rádio albanesa correspondia aos primeiros acordes da canção revolucionária Com a picareta numa mão e a espingarda na outra. E isso é um excelente pretexto para falarmos de outra canção revolucionária exótica denominada a Marcha dos Voluntários. Actualmente tornou-se bastante escutada porque constitui o hino da República Popular da China embora naqueles tempos tão históricos quanto saudosos, a sua notoriedade fosse profundamente abafada por uma outra canção revolucionária chinesa de preito ao presidente Mao, O Oriente é Vermelho, que já tinha tido ocasião de comentar neste blogue. Mais equilibrada mas igualmente chinesa, esta Marcha dos Voluntários roça aliás pela nossa história recente: desde 1999 que a canção constitui o hino da Região Administrativa Especial de Macau e é por isso que a tradução da sua letra para português (mais abaixo) se reveste de um carácter oficial, visto o português continuar a ser um dos idiomas oficiais de Macau. Mas a questão como gostaria de terminar é de teor muito semelhante à que colocara abaixo aos actuais militantes da UDP sobre o reconhecimento do sinal indicativo de Rádio Tirana: quantos dos militantes actuais do MRPP é que ainda se arrepiariam ao ouvir aqueles apelos finais Qiánjìn! Qiánjìn! Jìn!, como aconteceria possivelmente nos tempos gloriosos em que tantos vultos distintos da actualidade por lá militavam?

Levantai-vos!
Vós que recusai a escravatura!
Com o nosso sangue e carne
Construiremos uma nova Grande Muralha!
A Nação Chinesa está num momento crítico
E de cada peito lança-se o último clamor:
Levantai-vos!
Levantai-vos!
Levantai-vos!
Nós, os milhões de corações que batem em uníssono,
Em desafio ao fogo inimigo, marcharemos!
Em desafio ao fogo inimigo, marcharemos!
Marcharemos!

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