Apercebo-me com as irritações que me suscitam que a diferença que vai das prédicas de Marcelo Rebelo de Sousa às homílias de Luís Marques Mendes se deve à personalidade do padre. Marcelo aldraba mas lembra-me a imagem que a memória me guarda daqueles padres porreiros e joviais, que procuravam estar atentos às directivas do Vaticano II; Mendes é mais aquele padre pequenino, rijo e matreiro, que guardava para si as suas opiniões sobre os benefícios das missas serem rezadas em latim. E que, quando descuidados, pregavam cá cada patranha: A meta do défice para este ano vai ser superada. A boa notícia (segundo as suas palavras) é que ele se vai cifrar em 3,7% ou 3,8% do PIB. A má notícia (segundo as minhas) será compará-los com os objectivos estabelecidos originalmente pelo memorando da tróica para este ano que era 2,3%. Desde o princípio que os indicadores previstos por aquele documento fracassaram: todos – do crescimento económico, ao desemprego, ao défice orçamental, ao endividamento público – e de 2011 a 2014. Os desígnios do Senhor podem ser insondáveis, os dos políticos da área do PSD disfarçados de comentadores, não.
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