19 setembro 2011

JORNALISMO EM MANADA

Almerindo Marques (acima) pode não usar os penteados com a brilhantina de António Mexia, nem exprimir-se no português anglicizado de Zeinal Bava mas é um dos valores seguros entre os gestores de topo portugueses, com provas dadas, nomeadamente à frente da RTP, um paradoxo para quem se sai tão mal nas aparições televisivas. Em Março deste ano Almerindo Marques foi notícia quando se demitiu da presidência das Estradas de Portugal. Lendo as entrelinhas das notícias então publicadas percebia-se que havia um problema financeiro de fundo na empresa que o ministério da tutela se mostrava impotente e o das finanças indisponível para resolver. Problema esse ao qual Almerindo Marques não se disporia a dar cobertura...

Com uma pista tão evidente é demonstrativo da mediocridade do nosso jornalismo que se tenham passado seis meses sem que tenha havido um ás da investigação jornalística como um Cerejo ou uma Laranjo que ousasse dedicar-se à situação financeira das Estradas de Portugal, considerados os indícios que haviam sido fornecidos pela demissão de Almerindo Marques. Até hoje, quando, por questões de oportunidade que desconheço, houve alguém da área governamental que, a pretexto de um relatório da Inspecção-Geral de Finanças, libertou a informação que a manada da informação obedientemente retransmitiu: Estradas de Portugal em risco de insustentabilidade financeira. Qual era mesmo a novidade?

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