Quando alguém se refere à precariedade dos governos, o exemplo internacional clássico que se costuma evocar é o da Itália do pós-Guerra, a da Primeira República (1946-1992), onde houve 48 ministérios durante os seus 46 anos de duração – uma média sensivelmente equivalente à de um governo por ano... Aliás, tal ritmo costuma ser o preâmbulo e o pretexto para algumas reflexões sobre o impacto negativo dessa instabilidade política na definição das estratégias nacionais e no desenvolvimento económico das nações…

Trata-se, aliás, uma tradição antiga da política japonesa. Uma consulta à História recente do Japão e o número de governos por década tem sido: 1911-20 (7), 1921-30 (9), 1931-40 (11), 1941-50 (11), 1951-60 (9), 1961-70 (4), 1971-80 (7), 1981-90 (7), 1991-2000 (9), 2001-11 (10), numa duração que é mais elevada apenas em 3 meses do que a italiana. Durante esses 100 anos o Japão passou por dois objectivos estratégicos distintos, de um imperialismo clássico (até 1945) à de uma grande potência económica...

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