Comprovando que as preocupações com (e, consequentemente, as debilidades de) a justiça em Portugal parecem sentir-se de há muito tempo para cá, existe um fresco nos Paços da Audiência em Monsaraz a que foi dado o título de O Bom e o Mau Juiz. Embora o edifício tenha sido construído ainda no Século XIV, a pintura – que só veio a ser redescoberta durante uns trabalhos de restauro em 1958 – datará dos finais do Século XV, muito provavelmente do período do reinado de D. João II (1481-1495).
Como um cabeçalho do Correio da Manhã, artisticamente, a vedeta do fresco é o mau juiz (acima). Porém, ao contrário das letras garrafais do jornal, percebe-se a habilidade do autor para no-lo dar a entender subtilmente. Embora não fosse inédito (lembre-se a representação do deus Janus da mitologia romana com as suas duas caras), o recurso à dupla face na representação do juiz maldoso naquele fresco é de considerar uma solução imaginativa no panorama da pintura contemporânea de então.
Como um cabeçalho do Correio da Manhã, artisticamente, a vedeta do fresco é o mau juiz (acima). Porém, ao contrário das letras garrafais do jornal, percebe-se a habilidade do autor para no-lo dar a entender subtilmente. Embora não fosse inédito (lembre-se a representação do deus Janus da mitologia romana com as suas duas caras), o recurso à dupla face na representação do juiz maldoso naquele fresco é de considerar uma solução imaginativa no panorama da pintura contemporânea de então.
Mais de 500 anos passados, continua a ser uma técnica usada ocasionalmente por pintores e por autores de BD, neste exemplo num quadradinho de Coisas da Vida, Tomo 5 de Gerard Lauzier (1932-2008).
Sem comentários:
Enviar um comentário