06 janeiro 2018

O ARRAIAL DA FEIRA

Abria-se ontem pela manhã as páginas das notícias on-line e, subitamente, a feira aparecia montada, com a profusão dos destaques e a forma sorrateira como haviam sido publicados ao longo da noite a fazerem lembrar a forma como outrora as barraquinhas apareciam erigidas de um dia para o outro. O arraial irrompia. Mas isso são eles, Rui Ramos e João Marques de Almeida incluídos, que este é o seu modo de vida de feirantes, vivendo de montar estes arraiais. Eu não vou à Feira desta disputa interna do PSD. O que há a dizer sobre ela condensa-se em três ideias importantes.
 
a) Que a disputa é assimétrica: a um candidato a que ainda se pode conceder o benefício da dúvida (Rui Rio) opõe-se outro a que não (Santana Lopes).
b) Que este último tem um passado de indisciplina financeira nos sítios por onde passou: nas câmaras da Figueira da Foz e de Lisboa e finalmente no próprio governo.
c) Que esta conduta, que Santana Lopes, honestamente, não tem renegado durante esta campanha, é a negação substantiva daquele que foi o discurso oficial do PSD sob Pedro Passos Coelho ao longo dos quatro anos e meio de governação e nos dois anos subsequentes.
 
Compete aos militantes do PSD, e só a eles, escolher aquilo que, para mim, não suscitaria qualquer hesitação. As opiniões cifradas que se escutam mostram que Pedro Santana Lopes vai recolhendo vantagem e deduz-se que isso só não é mais publicitado porque estragaria as atenções dedicadas ao arraial. A acontecer (a vitória esperada de Pedro Santana Lopes), vai ser um erro de palmatória para o PSD. Estes síndromes de Otto Glória nunca deram resultados positivos, para mais quando o retornado nem sequer deixou saudades...

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