05 janeiro 2018

COMO ALEXANDER DUBČEK FOI ESCOLHIDO PARA DIRIGIR O PARTIDO COMUNISTA DA CHECOSLOVÁQUIA

5 de Janeiro de 1968. Numa reunião prévia de todo o Comité Central do Partido Comunista da Checoslováquia (KSČ) fora decidido afastar Antonín Novotný do cargo supremo de primeiro secretário; para atenuar o impacto político da decisão fora-lhe permitido manter o cargo simbólico de Presidente da Checoslováquia (cargo de que viria a ser também afastado daí a dois meses e meio). Nestes anos de Guerra Fria, estas mudanças das figuras de topo das hierarquias dos partidos comunistas no poder nos países da Europa de Leste, não sendo inéditas, eram raras e sintomas de profundo mau estar social nos países onde ocorriam. Para suceder a Novotný, o Comité Central decidira delegar num Grupo restrito de 21 membros, nomeados pelos comités dos dois ramos do partido (o checo e o eslovaco), a decisão sobre quem seria o próximo primeiro secretário do KSČ. Durante um primeiro escrutínio, houvera quatro nomes a serem votados: sete votos foram para Alexander Dubček, o líder do ramo eslovaco do partido, seis votos para Jozef Lenárt, o primeiro-ministro (que também era eslovaco), e quatro votos quer para o vice-primeiro-ministro Oldřich Černík, quer para o presidente do parlamento, Bohuslav Laštovička (os dois checos). Há precisamente cinquenta anos, o Grupo tornou-se a reunir com a escolha agora restrita aos dois eslovacos (Dubček ou Lenárt) que tinham sido os mais votados na eleição anterior. Mas terá havido uma sondagem prévia quanto ao sentido da votação (e quanto ao seu desfecho provável) porque quando ela se verificou o resultado consubstanciou-se nuns unânimes 21 votos por Dubček, um resultado que o comunicado que acompanhava o anúncio da nomeação de Alexander Dubček veio a qualificar, muito modestamente, por "maioria decisiva" (era impossível sê-lo mais...). Nesta fase o endosso dado por Leonid Brejnev, o secretário-geral do PCUS (acima à esquerda), terá sido crucial para a eleição. Dubček, que vivera parte da infância (entre os 3 e os 16 anos) na União Soviética, era considerado um homem de confiança por Moscovo. Não se adivinhava mesmo o que estava para acontecer...

Sem comentários:

Enviar um comentário