03 setembro 2016

O CONHECIMENTO POSSÍVEL... E O IMPOSSÍVEL

As legendas dos quadros estão no inglês original para lhes conferir aquela seriedade científica que só os textos escritos em estrangeiro possuem. Os hoaxes das redes sociais vão desde aqueles RIPs que costumam ser do mais profundamente sentido, embora dedicado a quem já morreu faz uns bons anos, até, precisamente ao contrário e recorrendo a outro exemplo com os mesmos RIPs, há o anúncio prematuro de falecimentos, em que os visados se recusam teimosamente a colaborar (lembro-me do caso mais recente do actor José Pedro Gomes). Mas estes são apenas os casos mais ridículos. Nas redes sociais, partilham-se e endossam-se disparates, asneiras e falsidades com um entusiasmo que nunca cessam de me surpreender. E depois há ainda as opiniões. Que são piores que os cus. Porque cus, dizia o ditado, cada um tinha o seu, mas opiniões há quem as tenha muitas e múltiplas e quando uma delas é disparatada, tenho descoberto que as outras não costumam ser muito melhores. Tanto mais que, em todo o processo, nem parece existir qualquer sequência de aprendizagem. Certo tipo de utilizador típico das redes sociais não se assemelha sequer a um ser inteligente. Há vida inteligente na Terra, mas não são eles. Não aprendem com a experiência: depois de protagonizar vários fiascos, nem mesmo assim corroboram a informação contida no que apoiam e divulgam ou no que opinam. Embora essa verificação esteja, como nenhuma vez o esteve antes, à distância de simples perguntas no Google ou noutro qualquer motor de pesquisa da internet. Será que a previsão de que o Mundo vai acabar na próxima Sexta-Feira não induz em quem a lê a curiosidade de querer saber quem fez tal previsão? Normalmente, parece-me que não... Ao contrário, parece haver toda uma nova atitude de descontração e desresponsabilização na exibição da ignorância, mesmo sendo ela negligente. Pode parecer a degenerescência de uma certa hierarquia dos valores intelectuais da sociedade, mas prefiro pensar que é apenas uma forma dela se auto-observar de uma forma mais honesta. É isso que faz de uma pessoa como Teresa Guilherme uma mulher emblemática dos tempos modernos, dos confins para onde foi relegada a curiosidade intelectual: - Isso agora não interessa nada...

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