09 setembro 2016

DOIS ANOS DE «COERÊNCIA»

Em Julho de 2014 e perante a perspectiva de que a Escócia votasse favoravelmente o referendo que a poderia tornar independente do Reino Unido (que se iria realizar dali por dois meses) e Jean-Claude Juncker alertava que esse resultado implicaria a saída automática da Escócia da União Europeia, implicando um pedido de readmissão. Mesmo contestando o rigor da decisão, havia que aceitar a lógica subjacente. Passam-se dois anos, realizou-se entretanto outro referendo no Reino Unido, do qual resultou a saída do mesmo da União Europeia e aparece agora Guy Verhofstadt a dizer que agora é tudo ao contrário: no caso da Escócia se tornar independente a readmissão é automática. As regras europeias mudam com toda esta leviandade! Se estas contradições resultassem das declarações de dois funcionários menores, ainda se poderiam explicar. Agora, o primeiro já foi primeiro-ministro do Luxemburgo e actualmente preside à comissão europeia e o outro é um antigo primeiro-ministro da Bélgica e foi agora designado para chefiar a equipa de negociações da União para o processo do brexit. As diferenças destas hipocrisias europeias para com as domésticas a que estamos habituados é que há sempre um certo toque pessoal na forma como antipatizamos com... (sei lá) Paulo Portas. Estes outros, o Juncker e o Verhofstadt são só uns merdas, é um desprezo sem pathos, nós nem precisamos deles para ter alguém a quem detestar...

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