26 abril 2011

UMA PEQUENA HISTÓRIA COM CAVALOS

A História do Ocidente regista como um dos momentos de maior proeminência equina o episódio, que foi narrado originalmente por Suetónio no seu Doze Césares, em que o imperador romano Caio (n. 12 – f. 41 – ficou mais conhecido pela sua alcunha de Calígula) fez com que o seu cavalo favorito Incitatus se tornasse não só cidadão romano como até fosse eleito como membro do Senado de Roma – acima uma reconstituição do episódio feita durante a série televisiva Eu, Cláudio (1976).
A História do Oriente dá-lhe uma proeminência equivalente mas de forma diferente uns 750 anos depois, através daquela que se tornou talvez na mais famosa pintura da História da China: O Branco Resplandecente da Noite (acima) onde, apesar do título, o tema dominante é o retrato do cavalo favorito do imperador Xuánzong (n. 685 – f. 762) da Dinastia Tang. O autor do retrato foi Han Gan (715 – 781), famoso pelos retratos sobre aquele mesmo tema como o Apascentando Cavalos abaixo.
Note-se neste segundo retrato como na China já se haviam adoptado os estribos, mas sobretudo como a estética chinesa no Século VIII ainda se prefere acentuar a robustez dos animais – os animais retratados são cavalos gordos! – em contraste com os padrões contemporâneos de beleza e eficácia já então em vigor no Ocidente, onde se preferia a velocidade, a resistência e as formas esbeltas dos puros sangues árabes (abaixo), um dos segredos do sucesso da expansão do Islão então em curso.

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