10 março 2011

DA AUSÊNCIA DE OVOS FRESCOS PARA A RAINHA À REDUÇÃO DOS PLAFONDS DO TELEMÓVEL AO JUIZ

Depois de anunciada publicamente a assinatura do Armistício entre a Itália e os Aliados (em 8 de Setembro de 1943), o monarca, a corte, o governo e os dignitários do regime italiano tiveram que fugir apressadamente de Roma e dos alemães atraiçoados. Um cortejo de viaturas atravessou a bota italiana e encaminhou-se para o porto adriático de Pescara, onde embarcaram em dois navios da Regia Marina até Brindisi, uma cidade situada no calcanhar da bota, já sob protecção dos Aliados e que se tornou a partir daí a sede de um pseudo-governo italiano.

Quando o diplomata norte-americano Robert D. Murphy ali chegou, dias depois, como representante do seu governo junto deste simulacro de autoridade encontrou um despropositado ambiente de lamúria. Em conversa com o Rei, o diminuto Vítor Manuel III, este queixou-se a Murphy que só tinha o uniforme que envergava e que a Rainha Helena estava privada de ovos frescos. O norte-americano ficou sem saber que dizer a estes cruéis sofrimentos dos dois monarcas, no meio de uma Guerra Mundial que ceifava quotidianamente milhares de vidas...

Haverá certamente em Portugal milhares de profissionais que conseguiriam justificar com lógica a necessidade de lhe ser atribuído um telemóvel de serviço. Mas nunca lho atribuíram e agora não será época disso. Depois há outros que o têm e a quem cortaram o plafond das chamadas pagas. Que consideraram o corte injustificado e reagiram publicamente sem receio do ridículo: com a taxa de desemprego em 11,2%, o problema das chamadas gratuitas atribuídas ao Juiz Carlos Alexandre tem a pertinência do dos ovos frescos da Rainha Helena…

3 comentários:

  1. Quem tinha uma queixa tão "pertinente" (em relação aos ovos!) também tinha a "obrigação" de os pôr!

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  2. Muito bom. É sempre útil observar estes casos com conhecimento da história.

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  3. Provavelmente também está à rasca.

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