Ainda um pouco na continuidade da referência que fiz num poste de há uns dias ao filme Network e à personagem Howard Beale, o jornalista comentador das análises políticas radicais que prometera suicidar-se em directo, creio que vale a pena falar de Eduardo Chibás, o político e comentador cubano que terá, com toda a probabilidade, servido de inspiração ao argumentista daquele filme, Paddy Chayefsky.
Eduardo Chibás nasceu em Santiago de Cuba em 1907 e pertencia a uma destacada família cubana: há um website da família incluindo a sua biografia, a do pai e do irmão. Veio a dedicar-se à política. Fundou em 1947 um partido, o Partido do Povo Cubano, mais conhecido como Partido Ortodoxo, o grande rival do Partido Autêntico. E tornou-se uma das revelações precoces como comunicador através de um programa de rádio.
Eddy Chibás dispunha de uma hora semanal, todos os Domingos às oito da noite – ou seja, uma hora mais cedo do que Marcelo Rebelo de Sousa tem hoje na TVI… E, como acontecia com Medina Carreira no recém-cancelado programa da SIC Notícias, mas de forma mais concreta, o prato forte do programa eram as denúncias de corrupção. Até que um dia (5 de Agosto de 1951), Chibás levou o espectáculo longe demais…
Por não ter podido fornecer as provas que substanciassem a acusação de corrupção que fizera contra Aureliano Sánchez, o então Ministro da Educação, Chibás atentou contra a própria vida em directo no programa – mas com tanto azar que era um jingle comercial que estava no ar no preciso momento em que disparou o tiro, que afinal não foi ouvido pelo auditório… Gravemente ferido, permaneceu 11 dias em coma antes de vir a falecer.
Alguns anos depois, com a vitória da Revolução cubana em 1959, Eduardo Chibás veio a ser beatificado pelo regime: Fidel Castro fora originalmente um militante ortodoxo. Contudo, Chibás será sempre alguém mais fácil de reverenciar do que de emular… Já se imaginou quantos comentadores/actores políticos teriam tido de se suicidar depois de terem proferido acusações em público que depois não conseguiram substanciar?…
Eddy Chibás dispunha de uma hora semanal, todos os Domingos às oito da noite – ou seja, uma hora mais cedo do que Marcelo Rebelo de Sousa tem hoje na TVI… E, como acontecia com Medina Carreira no recém-cancelado programa da SIC Notícias, mas de forma mais concreta, o prato forte do programa eram as denúncias de corrupção. Até que um dia (5 de Agosto de 1951), Chibás levou o espectáculo longe demais…
Por não ter podido fornecer as provas que substanciassem a acusação de corrupção que fizera contra Aureliano Sánchez, o então Ministro da Educação, Chibás atentou contra a própria vida em directo no programa – mas com tanto azar que era um jingle comercial que estava no ar no preciso momento em que disparou o tiro, que afinal não foi ouvido pelo auditório… Gravemente ferido, permaneceu 11 dias em coma antes de vir a falecer.
Alguns anos depois, com a vitória da Revolução cubana em 1959, Eduardo Chibás veio a ser beatificado pelo regime: Fidel Castro fora originalmente um militante ortodoxo. Contudo, Chibás será sempre alguém mais fácil de reverenciar do que de emular… Já se imaginou quantos comentadores/actores políticos teriam tido de se suicidar depois de terem proferido acusações em público que depois não conseguiram substanciar?…
Lá teríamos mais uma "profissão" em risco de extinção...
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