Ressuscitado o fim-de-semana passado com muito mais espalhafato do que substância pelos Homens da Luta, o folclore do PREC merece-nos um tratamento muito mais cuidadoso do que aquele que por eles é praticado, exemplifiquemo-lo com esta preciosa fotografia acima. À primeira vista, lendo o cartaz os protestantes (Fim à Suspensão da Voz dos Comunistas) e quem os defronta (militares armados) poder-se-ia pensar que se está perante um episódio da feroz repressão anti-comunista dos tempos do fascismo.
Mas não. Apesar do Carnaval naquele ano ter sido a 11 de Fevereiro, esta cena carnavalesca data de Abril de 1975. Há ali um ar caótico, identificativo dos tempos do PREC. Do lado dos manifestantes não se acertam sobre qual punho erguer, se o direito se o esquerdo, enquanto os militares aparecem vestidos à maneira, envergando fardas camufladas, símbolo de veterania e úteis numa Guerra em África que eles agora já não iriam travar¹. E, símbolo da nova disciplina revolucionária, tinham deixado crescer o cabelo…
Que se passara para que o MFA enfrentasse assim os comunistas? Durante o período da campanha eleitoral para a Assembleia Constituinte, uma das formações concorrentes, a FEC (M-L) de inspiração maoista (onde militariam então, entre outros, o distinto historiador José Pacheco Pereira), destacou-se de tal modo pela virulência dos seus ataques aos outros sete concorrentes comunistas² que os seus tempos de antena foram suspensos. É essa suspensão que aqueles comunistas ali aparecem a contestar…
¹ Recorde-se que os soldados envolvidos nas operações do 25 de Abril não envergavam camuflados.
² Assumida ou encapotadamente: PCP, MDP/CDE, FSP, MES, UDP, PUP e LCI.
Mas não. Apesar do Carnaval naquele ano ter sido a 11 de Fevereiro, esta cena carnavalesca data de Abril de 1975. Há ali um ar caótico, identificativo dos tempos do PREC. Do lado dos manifestantes não se acertam sobre qual punho erguer, se o direito se o esquerdo, enquanto os militares aparecem vestidos à maneira, envergando fardas camufladas, símbolo de veterania e úteis numa Guerra em África que eles agora já não iriam travar¹. E, símbolo da nova disciplina revolucionária, tinham deixado crescer o cabelo…
Que se passara para que o MFA enfrentasse assim os comunistas? Durante o período da campanha eleitoral para a Assembleia Constituinte, uma das formações concorrentes, a FEC (M-L) de inspiração maoista (onde militariam então, entre outros, o distinto historiador José Pacheco Pereira), destacou-se de tal modo pela virulência dos seus ataques aos outros sete concorrentes comunistas² que os seus tempos de antena foram suspensos. É essa suspensão que aqueles comunistas ali aparecem a contestar…
¹ Recorde-se que os soldados envolvidos nas operações do 25 de Abril não envergavam camuflados.
² Assumida ou encapotadamente: PCP, MDP/CDE, FSP, MES, UDP, PUP e LCI.
Cuidado
ResponderEliminarHoje vai tomar posse
o coiso
E pelos vistos o Mundo não acabou.
ResponderEliminarA antipatia por "coisos" - chamemos-lhe então assim - não nos deve fazer esquecer os outros "casos" - com esses sim, havia que ter cuidado! - que nem "posse" tomavam porque já se haviam "apossado" vitaliciamente do poder: Salazar, Hitler, Estaline e Mao.