03 março 2007

AS ENERGIAS…

Chega a tornar-se engraçada a forma como certas actividades e mesmo a conversação comum se apropriam de algumas expressões científicas e, despojando-as do rigor de base, as malbaratam empregando-as completamente fora do seu sentido técnico. Só para dar um exemplo, no caso de análise financeira, é batalha perdida tentar explicar que a expressão Fundo de Maneio (Activo Circulante – Passivo de Curto Prazo) não tem nada a ver com o manejo dos fundos de uma caixa de dinheiro…

Mas é evidente que a situação se torna tanto mais cómica quanto mais pretensioso é quem emprega as expressões fora de contexto. Aqui há alguns anos, juntaram num mesmo programa (sério) um astrónomo e uma astróloga. A princípio, o astrónomo assumiu uma atitude contidamente urbana enquanto a colega de programa dissertava sobre a influência dos planetas, os quadrantes, os ascendentes e as energias… Depois a astróloga começou a queixar-se da indecente falta de respeito que os cientistas mostravam pela astrologia…

Provocado, o astrónomo mais o seu verniz de urbanidade explodiram, tal qual uma Supernova: - Bom, para começar, como é que se medem essas energias de que tem estado para aí a falar? Em joules ou em watts?... E foi o fim da conversa e da ficção de que se estava perante fenómenos com a mesma seriedade… É que me sinto um pouco como o astrónomo quando me explicam algo recorrendo à expressão lógica afectiva e não formal, que creio ser fenómeno com uma existência física concreta pois movemo-nos através dela, tal qual acontecerá com o nevoeiro, que sei eu?...

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