19 maio 2020

FERNANDO SANTOS, SALVADOR SOBRAL E MÁRIO CENTENO

Ainda não sei como terminará o «folhetim» Mário Centeno. Mas considero propositado recordar por onde andávamos há sete anos (acima), com o ministro das Finanças de então, Vítor Gaspar, a não ter outras ideias para a redução do défice público senão cortes vigorosos nas áreas sociais, nas pensões e nos salários da função pública. Quando a notícia foi publicada, a 28 de Abril de 2013, ainda ninguém saberia que Vítor Gaspar estaria a dois meses de apresentar a sua demissão. Uns meses depois dessa demissão, veio a apurar-se que o saldo do défice que legara à sua sucessora, Maria Luís Albuquerque, havia sido de 7,1%, uma evolução miserável dos 8,3% que recebera em Junho de 2011 de Teixeira dos Santos. A sua sucessora havia de o reduzir para uns ainda preocupantes, mas mais aceitáveis, 4,9%, dali por outros dois anos. Mas é a Mário Centeno que se deve a sua redução para valores compatíveis. E sem os tais imprescindíveis cortes nas áreas sociais, os tais para os quais nos fartavam de martelar que «não havia alternativa». Por sinal e em contraste, ele há três coisas que Portugal alcançou nestes últimos anos ao arrepio daquilo que ficara convencionado. Ganhou a final do Euro 2016, sem que Cristiano Ronaldo tivesse praticamente jogado nesse jogo. Venceu o Eurofestival de 2017 sem que se apresentasse com uma canção comercial para agradar ao ouvido dos espectadores europeus. E equilibrou o seu défice orçamental sob a égide de um ministro das Finanças que nunca gozou do apreço dos seus pares - ao contrário dos antecessores. Tenho muita simpatia por qualquer dos três protagonistas - Fernando Santos, Salvador Sobral e Mário Centeno.

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