23 maio 2020

A DISSOLUÇÃO DO ÚLTIMO GOVERNO NAZI

23 de Maio de 1945. Desde a data da rendição alemã em Berlim, que pusera fim à Segunda Guerra Mundial na Europa, pairava no ar o espectro da indecisão quanto ao que fazer com o governo alemão que sucedera ao de Adolf Hitler. Sediado no porto de Flensburgo, no Norte da Alemanha, junto à fronteira com a Dinamarca, aquele governo era encabeçado pelo Reichspraesident Karl Doenitz, a ocupar um cargo para o qual fora nomeado pelo próprio Adolf Hitler no seu testamento. Seguiam-se os titulares das pastas, de que o mais conhecido era Albert Speer, o ministro do Armamento de Hitler que transitara para a nova equipa governativa. Verdade seja que a capacidade de actuação da equipa que se reunia todos os dias pelas 10H00 era nula numa Alemanha fortemente destruída e onde os exércitos invasores haviam assumido as responsabilidades administrativas. Mas punha-se sempre a questão do carácter simbólico de tal equipa governamental, por muito que ela nada tivesse para fazer. Neste dia de há precisamente 75 anos, Doenitz, Speer, e o general Jodl, que ficara com o comando militar dos restos da Wehrmacht, foram convocados pelo general norte-americano Lowell W. Rooks para comparecerem logo pela manhã no paquete alemão Patria (que havia sido requisitado pelas autoridades aliadas) e ai foram presos. Exibidos perante os correspondentes da imprensa convocados previamente para o efeito, conjuntamente com eles, foi preso um verdadeiro exército de burocratas fardados, cujas cenas serviram para alimentar o noticiário cinematográfico dos aliados em mais uma humilhação dos alemães vencidos (acima).

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