24 fevereiro 2012

‘TOU CHIM? É O EUJÉBIO! É P´RA MIM!


Há cerca de um mês deu a volta ao mundo a história de um toque de marimbas de um iPhone de um espectador que, de tão irritantemente alto e repetitivo, conseguiu interromper a actuação da Orquestra Filarmónica de Nova Iorque (acima). O que se segue não vai dar a volta ao Mundo – o que é uma injustiça! – mas virá justificar os predicados há muito adquiridos por Portugal no mundo dos telemóveis desde aquele famoso anúncio de televisão do pastor de ovelhas da Telecel (abaixo).

Pergunta-se: o que poderá ser pior do que um telemóvel de espectador que desconcentre e interrompa a actuação do(s) intérprete(s) em palco? Resposta: quando é o próprio intérprete a interromper a sua actuação para atender uma chamada de telemóvel… O episódio insólito aconteceu com Paulo de Carvalho num espectáculo que deu no passado dia 17 de Fevereiro em Paredes de Coura. Alegadamente e de acordo com o próprio artista, o autor da chamada que merecia tal prioridade era… o Eusébio.
Não se faz. Nem que fosse o fantasma do Karl Marx a falar do outro mundo… O presidente da Câmara local aproveitou o incidente para fazer ondas e ganhar notoriedade. Paulo de Carvalho já veio desculpar-se, assim num modo irresponsável e ligeirinho. Parece estar a pedir que o seu próximo concerto seja interrompido uma meia dúzia de vezes por toques de telemóvel intempestivos seguidos de bocas de 2º Balcão: - É o Eusébio!... Por fim, destaque-se o papel importante de João Malheiro no incidente.
Foi ele que, atendendo a chamada e decidindo-se a entrar em palco em plena actuação, acabou por desencadear o incidente. Na sua incansável ânsia de protagonismo, João Malheiro é um eterno desastre ambulante. Ele tornou-se numa demonstração evidente da democraticidade das páginas dos mexericos, que não estão apenas reservada à Lili Caneças e às outras tias. Também há espaço para os grunhos como ele: apreciem-no aqui em baixo a lambuzar-se num gesto que se pretende passar por um beijo na boca…

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