Apesar da sua origem meridional, a pétanque tornou-se um ócio nacional dos franceses. As regras do jogo seriam muito mais simples - o objectivo primário do jogo consiste em aproximar o mais possível a bola de metal que se arremessa de uma bolinha menor em madeira que se chama boliche (cochonnet em francês) – se o jogo não fosse tipicamente francês, sociedade onde uma sacanice, quando é bem feita, torna-se num gesto acolhido com todo o respeito. É assim que as estratégias da pétanque evoluíram para a especialização de jogadores que não estão preocupados em aproximar as bolas que lançam do cochonnet mas em acertar em cheio nas bolas mais bem colocadas do adversário para as afastar…
As regras para a formalização de uma candidatura presidencial em França são bizarras: é preciso obter 500 assinaturas de uma lista de 46.000 membros pertencentes aos mais variados órgãos políticos que inclui senadores, deputados e eurodeputados, membros de conselhos regionais, etc. As eleições presidenciais têm sido, por isso, bastante abertas: nas últimas (2007) houve 12 concorrentes e nas anteriores (2002) houvera 16! Daí o meu cepticismo quando leio que há pré-candidatos às próximas eleições presidenciais com projecção mediática – como o ex-1º ministro Dominique de Villepin ou a dirigente da FN, Marine Le Pen, cotada com 15 a 20% nas sondagens – que estão com dificuldades em obter as tais 500 assinaturas.
Se as queixas reportadas forem sinceras e não manobras mediáticas para dar emoção e atrair a atenção, será caso para perguntar se não haverá por ali manobra de jogador de pétanque, daqueles que atiram às bolas alheias? Não deixará de ser intrigante que, no caso especialmente de Marine Le Pen, pertencente a uma formação que tem recolhido consistentemente 10% dos votos em eleições presidenciais e atendendo aos resultados das sondagens, não conseguisse ao menos arranjar 1% das assinaturas para promover a sua candidatura… Já se imaginou o que seria em Portugal se os comunistas se vissem impedidos de apresentar a sua candidatura? Para os democratas – os verdadeiros! – a democracia tem de ser para todos...
A fotografia inicial é de Janine Nièpce, o desenho de Albert Uderzo em A Volta à Gália e a fotografia final de Willy Ronis.
As regras para a formalização de uma candidatura presidencial em França são bizarras: é preciso obter 500 assinaturas de uma lista de 46.000 membros pertencentes aos mais variados órgãos políticos que inclui senadores, deputados e eurodeputados, membros de conselhos regionais, etc. As eleições presidenciais têm sido, por isso, bastante abertas: nas últimas (2007) houve 12 concorrentes e nas anteriores (2002) houvera 16! Daí o meu cepticismo quando leio que há pré-candidatos às próximas eleições presidenciais com projecção mediática – como o ex-1º ministro Dominique de Villepin ou a dirigente da FN, Marine Le Pen, cotada com 15 a 20% nas sondagens – que estão com dificuldades em obter as tais 500 assinaturas.
Se as queixas reportadas forem sinceras e não manobras mediáticas para dar emoção e atrair a atenção, será caso para perguntar se não haverá por ali manobra de jogador de pétanque, daqueles que atiram às bolas alheias? Não deixará de ser intrigante que, no caso especialmente de Marine Le Pen, pertencente a uma formação que tem recolhido consistentemente 10% dos votos em eleições presidenciais e atendendo aos resultados das sondagens, não conseguisse ao menos arranjar 1% das assinaturas para promover a sua candidatura… Já se imaginou o que seria em Portugal se os comunistas se vissem impedidos de apresentar a sua candidatura? Para os democratas – os verdadeiros! – a democracia tem de ser para todos...
A fotografia inicial é de Janine Nièpce, o desenho de Albert Uderzo em A Volta à Gália e a fotografia final de Willy Ronis.
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