3 de Abril de 1971. Repare-se como a edição do dia realçava em página inteira a expectativa para a realização do Eurofestival daquele ano, que se iria desenrolar em Dublin. A novidade da transmissão do festival para países africanos (e a notícia detalhava-os: Tunísia, Marrocos, Mauritânia, Quénia, Uganda, Serra Leoa e Etiópia) acrescentava uma nota pueril à notícia. O contraste era composto pela caixa onde se falava da ameaça «de rapto da cançonetista inglesa», consequência das más relações anglo-irlandesas por causa dos problemas do Ulster. Mas, como melhor evocação do que aconteceu nessa noite, deixem-me recuperar algo que escrevera sobre este certame.
Começando por recordar que na temporada Outono-Inverno de 1970/71 assistiu-se à moda fugaz das hot-pants, uns calçõezinhos minúsculos que serviam para mostrar as pernas até bem cá acima, uma moda que bem depressa ficou esquecida. Depois disso, as hot pants viram-se passadas à condição de fato de trabalho de algumas prostitutas... Mas, por ocasião do Eurofestival de 1971 ainda as hot pants eram moda e respeitáveis e a concorrente luxemburguesa apresentou-se a concurso com uma canção engraçada intitulada Pomme, pomme, pomme (Maçã, maçã, maçã), envergando umas hot pants – conforme o vídeo de apresentação – muito tentadoras…
03 abril 2021
AS «HOT PANTS» LUXEMBURGUESAS
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