Se cheguei a acompanhar todas as versões que foram noticiadas ontem ao fim da tarde a respeito da maneira como Jorge Coelho havia morrido, ele começou por morrer num acidente de viação, depois esse acidente de viação fora causado por um ataque cardíaco que o acometera enquanto conduzia, depois uma corrente dissidente substituiu o ataque cardíaco por um AVC com as mesmas consequências fatais, para finalmente uma versão posterior o retirar de dentro do automóvel sinistrado, para o fazer falecer em casa. Afinal, como se percebe lendo acima, estando numa casa, Jorge Coelho também não estaria em sua casa. Tudo isto é eloquente quanto à fiabilidade da informação que se pratica em Portugal, sobretudo quando os seus agentes têm de optar entre o rigor da informação e a celeridade de informar. Eloquente também, e aí não lhes faltará o engenho que falta para o resto, foi a habilidade como os traços de todas estas várias versões provisórias da notícia desapareceram agora dos registos, submersas pelas dúzías de encómios ao defunto.
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