06 julho 2010

RUI PATRÍCIO

Ao ser nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros com 37 anos de idade em Janeiro de 1970 e tornando-se no mais jovem titular daquele cargo na Europa, Rui Patrício terá porventura protagonizado o melhor indicador que as reformas do marcelismo até poderiam ser para levar a sério. Porém, em Julho de 1972, quando a fotografia acima foi tirada, alguns dias depois da reeleição do Almirante Américo Tomás, já se tornara evidente que tudo não passara de uma aparência sem substância e a biografia de Leonor Xavier a seu respeito agora publicada (abaixo) não desmente essa impressão.
A verdade é que o antigo ministro de Marcello Caetano não nos consegue convencer que houvesse uma solução de fundo para a nossa política ultramarina, a não ser que se dê esse título à continuação da guerra nas três frentes sem horizonte tangível. Retirei do livro um pormenor que me parece dizer muito sobre o perfil do biografado: o contraste entre a forma como se refere ao Presidente do Governo e seu antigo Professor em Portugal (o Marcello – exemplo das páginas 180 e 181) e ao seu antigo patrão da Monteiro Aranha no Brasil (o Dr. Joaquim – exemplo das páginas 292 e 293).
Se as circunstâncias da vida obrigaram Rui Patrício a partir de Portugal para o Brasil, a imagem que nos é propiciada por este livro sintetiza-se num ditado popular que fez o percurso inverso: Quem nasceu para lagartixa nunca chega a jacaré...

1 comentário:

  1. Ele levou foi com os jacarés políticos internacionais.defendeu bem e como pôde os nossos interesses

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