16 julho 2010

NUMA SEMANA…

Em jornalismo o intervalo de uma semana parece ser uma eternidade. Nesse intervalo pode realizar-se uma reunião, Carlos Queiroz pode ser confirmado no seu cargo de seleccionador nacional e deixa de ter rendimento noticioso fomentar por agora mais encrencas entre ele e Gilberto Madaíl. E no mesmo intervalo de tempo, o jornal Sol pode tentar deslocar a questão dos insultos públicos que Carlos Queiroz lhe endereçou e ao seu jornalista Pedro Prostes da Fonseca na semana passada para o pormenor dele ter ou não usado noutro contexto as expressões que o jornal lhe atribuiu durante a entrevista. Falta ver é quem se deixa enrolar com a (des)conversa...

Uma semana dá para tentar esquecer o óbvio: é a citação da frase da notícia da primeira página da edição da semana passada que está em questão (abaixo). Nesta semana o Sol dedica a sua última página a tentar dar uma volta (de 360º) ao assunto: o jornal continua a recusar-se a disponibilizar a transcrição literal da gravação da conversa do jornalista com Carlos Queiroz sonegando-nos a capacidade de podermos julgar por nós se a citação que o jornal fez das afirmações de Carlos Queiroz¹ era adequada ou era abusiva, como este último reclamava. Ao menos a justificação para não o fazer continua a ser o mesmo disparate, semana pós semana...
¹ Como se vê pela imagem acima a frase “Tendo em conta a estrutura amadora da Federação, as coisas correram muito bem à Selecção” está entre aspas, o que é a regra para uma citação em discurso directo.

4 comentários:

  1. Referência merecidíssima: de todos os comentários que li, o seu poste é aquele onde se percebe com mais limpidez a dimensão do absurdo da atitude do “Sol” ao deixar subentendida a “protecção” a uma “fonte” que nem sequer é fonte e que, pelo seu comportamento, não quer ser protegida.

    Um abraço

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  2. Eu acho que só publicam frases soltas, para nos orientarem, para nos pouparem trabalho e canseiras, para não nos maçarem com textos longos. Muito menos nos querem maçar com o supérfluo contexto da conversa, mesmo que este dê sentido às palavras soltas que, colocadas de certa maneira, formam frases... soltas. Também gostam de fazer resumos bombásticos e chamá-los à primeira página, para nos motivarem desde a desde a primeira hora para a leitura. Concluo: é por pensarem em nós com muito amor e carinho que assim fazem, manifestação ética indubitável de tal tipo de profissionais.
    A desculpa esfarrapada da protecção da fonte, como muito bem assinalaram, não lembraria ao diabo, só lembraria mesmo a mentes estranhamente iluminadas: com os holofotes assestados na cara de tal modo que ainda vêem menos do que um cego só que completamente convencidos de terem visto a luz.

    :))

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  3. O auto-julgamento que a maioria dos jornalistas portugueses fazem da sua actividade parecer-se-á com a letra daquela famosa música de Jorge Ben

    “Moro num país tropical
    Abençoado por Deus
    E bonito por natureza (Mas que beleza!)”…

    (Continuando a seguir, citando alguém que a Maria do Sol imaginará quem seja…)

    “Sou um menino de mentalidade mediana (Pois é)
    Mas assim mesmo, feliz da vida
    Pois eu não devo nada a ninguém (Pois é)
    Pois eu sou feliz, muito feliz comigo mesmo...”

    http://letras.terra.com.br/ivete-sangalo/869981/

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