18 fevereiro 2010

SOBRE A NOSSA TOLERÂNCIA NACIONAL À MENTIRA

Ao contrário do que Marcelo Rebelo de Sousa anda a dizer, não nos é nada difícil manter um mentiroso como primeiro-ministro. Se for só por ser mentiroso, e equivalendo um primeiro-ministro em notoriedade nesta nossa sociedade hiper-mediatizada a um comentador televisivo de primeira grandeza, também não temos tido qualquer dificuldade em mantê-lo em alta a ele, Marcelo, apesar dos episódios da Vichyssoise ou daquela famosa promessa de não se dispor a dirigir o PSD nem que Cristo descesse à Terra… Mais! Com tudo isso e apesar disso, nós até o tornámos popular como uma espécie de ícone nacional da patranha, como se vê naquele famoso vídeo dos Gato Fedorento.
Por outro lado, descobre-se que a nossa tolerância colectiva à aldrabice nem sequer poderá estar associada à afabilidade aparente do mentiroso. É verdade que Marcelo é muito mais simpático do que Sócrates, mas, em contrapartida, não será a simpatia, bem pelo contrário, que explicará a nossa aceitação acrítica e aclamatória das consecutivas aldrabices escritas por Vasco Pulido Valente, que se tornou num dos nossos colunistas de jornal mais populares. O factor decisivo para a condenação social de um mentiroso será qualquer coisa que não saberei caracterizar mas que sei identificar: por exemplo, com Clara Pinto Correia e as suas explicações para o plágio que não a salvaram do ostracismo.

Muito recentemente, no princípio desta semana, li aqui na blogosfera uma explicação que, pela sua inverosimilhança, parecia, pelo canhestrismo, decalcada da da Clara Pinto Correia¹. E depois, na imprensa e nos blogues, vim a descobrir que o autor de tal explicação, Carlos Santos de seu nome, fora apanhado num enredado de denúncias despropositadas, desproporcionadas e com falta de rigor. Para ele, intuitivamente, antecipo um tratamento severo de mentiroso à Clara Pinto Correia. Mas se ele quiser trilhar o mesmo caminho da antecessora, espero, dada a sua ânsia de protagonismo, que ao menos saiba dançar e que haja alguém que lhe saiba tirar fotografias de jeito no momento da ejaculação
¹ É apenas curiosidade mas a explicação para um poste de Carlos Santos que fora publicado num blogue apenas por engano, quando o devia ter sido noutro blogue e por isso fora apagado no blogue inicial para ser republicado no blogue apropriado (por sinal, foi depois apagado nos dois sítios…), assemelha-se imenso àquela explicação do copy paste errado que fizera com que a tradução do artigo da New Yorker que fora feito por Clara Pinto Correia acabasse, por engano, por ter ido parar à disquete que continha o seu verdadeiro artigo, apagando-o… CONFUSO? É DE PROPÓSITO... HÁ QUEM PENSE QUE AS EXPLICAÇÕES COMPLICADAS CONSEGUEM DISFARÇAR UMA TRAPAÇA.

3 comentários:

  1. Demolidor.

    [Eu, que por estas bandas da blogosfera, só tenho um Tzero mal amanhado, nunca fui com a "cara" dele. Apesar dos links e dos convites que também lá apareceram, quando da sua investida inicial pelos blogs. Nunca liguei. Porquê? Sei lá... Às vezes até me assusto com algumas "intuições" que me acontecem sem eu saber como.]

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  2. Pelos vistos e pela indignação geral, conseguiu enganar os seus associados do Simplex e também d´A Regra do Jogo.

    Uma espécie de Vale e Azevedo da blogosfera, com a diferença que sempre terá conseguido a sua coluna num jornal (deve estar radiante!) e não teve de se refugiar em Londres...

    Mas, como escrevi no poste, suspeito que com a reputação que criou não vá longe.

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