
Já aqui a usei mas esta composição fotográfica, apesar dos seus 30 anos, mantém-se mais actual do que nunca, pela analogia com as repetidas
falhas de carácter de José Sócrates que nos têm sido ultimamente
reveladas. Em 1980, também Sá Carneiro estava envolvido numa fraude, num
Watergate (à esquerda, numa
investigação do
jornal comunista o diário) por causa de uma dívida à banca de (salvo erro) 38.000 contos, que era uma quantia enorme para a época; Sá Carneiro também estava envolvido num
escândalo por viver maritalmente com Snu Abecassis (ao centro) apesar de não estar divorciado da sua primeira mulher; e também Sá Carneiro não tinha condições políticas de governar porque
os trabalhadores (a CGTP...) se opunham às
políticas de direita (à direita) do seu
governo reaccionário…

Ontem, quando vi Octávio Teixeira (acima) na
SIC Notícias repetir um discurso parecido a respeito de José Sócrates, afirmando que Sócrates
perdeu toda a credibilidade e a legitimidade democrática, nem estranhei. Os comunistas são iguais a sempre, não aprenderam nada. Nem sobre
democracia, de que empregam a palavra, mas não percebem o conceito; nem sobre
legitimidade política, lembre-se a obtusidade com que sempre endossaram os regimes que se
esfarelaram por si sós em 1989; nem sobre
credibilidade, face aos contrastes entre o que eles diziam haver no Leste e as realidades que se vieram a revelar depois daquele ano que lhes foi fatídico. Só que a coerência, nem sempre sendo uma virtude, neste caso pesa favoravelmente em Octávio Teixeira quando em comparação com o seu colega de programa…

Do outro lado da bancada no programa, alternando com ele, estava um
concordante Ângelo Correia que, à época dessas tentativas de
assassinato de carácter de Sá Carneiro, era já um dos
baronetes do PSD, depois tornado Ministro da Administração Interna. Decerto Ângelo Correia considerará que há enormes diferenças de um caso para o outro… Mas a forma como agora se recorda a campanha de há 30 anos, culminando com uma
explicação de Sá Carneiro pela televisão acompanhado dos ministros que teria acabado com todo o barulho, não passa de um descarado revisionismo histórico, que se destina a
branquear atitudes então assumidas que agora não cairiam bem dado o desfecho dos acontecimentos… Na verdade, a campanha manteve-se até à morte de Sá Carneiro… a prová-lo, as anedotas macabras a respeito de Camarate.
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