Em Astérix e os Godos, os nossos dois heróis capturam um godo para o interrogar sem saber que ele era intérprete. Mas o interrogatório parece-lhes impossível porque o interrogado, apesar de perceber perfeitamente o que Astérix lhe estava a perguntar, fez-se passar por desentendido. E a resposta dele (– Está bem, deixa!) parece-me uma excelente metáfora da maioria dos nossos melhores diálogos políticos. Trata-se duma prática sem fronteiras, e por muito que Paulo Gorjão o desafie, não será porque a disputa Aguiar Branco/Passos Coelho/Paulo Rangel se trava dentro do partido deles que José Pacheco Pereira irá dar mostras de qualquer imparcialidade: – Está bem, deixa! Qual dinamite cerebral, qual carapuça! Só se der um espirro e se distrair...
Numa noite de insónia apanhei o "pograma" da "dinamite" às tantas da manhã. Não sei o que me aborrece mais, se a maneira pedante de apresentar os "conteúdos", se a maneira básica como faz dos outros parvos.
ResponderEliminar:))
É o estilo dele que nem atrai audiências "populares", como se comprovou quando a SIC o pôs numa rivalidade diferida com Marcelo, ao fim de semana.
ResponderEliminarAgora passa na SIC-N, numa espécie de complemento ao ex-rival, depois de Marcelo se calar na RTP às 21H30.
E o que mais me irrita é que a única justificação que encontro para a SIC-N o passar se deva àquilo que lá na estação devem conceber como "prestígio".
Porque, se estiver certo, essa é uma ideia irritantemente medíocre.