Segundo a Wikipedia, hoje, dia 12 de Fevereiro, completam-se 508 anos sobre a partida de Vasco da Gama para a sua segunda viagem à Índia em 1502. É mais uma daquelas simplificações de Wikipedia. Na verdade, existem dúvidas quanto à data precisa da partida: haverá quem aponte o dia 10 de Fevereiro, quem diga que foi a 25 de Março. Houve mesmo um destacamento de cinco navios pequenos, sob o comando de Estêvão da Gama, que se sabe terem partido mais tarde tendo-se reunido ao núcleo principal da armada durante a viagem. E se a composição da pequena armada de quatro navios saída de Lisboa em Julho de 1497 é conhecida, o mesmo não acontece com esta, muito maior.
Entre os navios principais (a que se segue o nome dos comandantes), contava-se o navio almirante, a São Jerónimo (Vicente Sodré), mais a Leonarda (D. Luís Coutinho), a Leitoa (Fernão de Atouguia), a Batecabelo (Gil Fernandes de Sousa), a São Paulo (Álvaro de Ataíde) e a São Miguel (Gil Matoso). Depois, havia as unidades secundárias, que estavam programadas para permanecer na Índia caso não houvesse cargas para elas: Bretoa, São Rafael, Vera Cruz e Santa Helena. Finalmente as caravelas: Santa Marta, Fradeza, Salta na Palha, Estrela e Garrida. Tudo num total estimado de 800 pessoas, o quíntuplo da viagem inaugural cinco anos antes.
Esta segunda viagem de Vasco da Gama foi tanto mais útil quanto menos épica do que a que a antecedeu. Desta vez já havia do lado português um objectivo mais concreto para a missão da expedição portuguesa: controlar o comércio marítimo da Costa do Malabar recorrendo a todos os meios que fossem necessários, mesmo ao terror. As acções então protagonizadas por Vasco da Gama, como o afundamento de navios de comércio, a mutilação de comerciantes aprisionados ou o bombardeamento de entrepostos comerciais contar-se-ão entre aquelas que, sendo indispensáveis para o estabelecimento do poder à distância, não farão propriamente parte de quaisquer gestas nacionais…
O facto daquelas acções serem observadas com repugnância a partir dos valores da actualidade não nos pode fazer esquecer que praticamente todos os impérios, com mais ou menos visibilidade, durante as suas fases de implantação ou de consolidação, recorreram àquele mesmo tipo de argumentos para alicerçarem o seu poder. Eram episódios de uma realpolitik que alguém de entres as elites britânicas com a sua tradicional fleuma, veio a designar por desagradáveis necessidades, como a retratada abaixo, onde os cipaios revoltados que tivessem sido capturados durante o Grande Motim indiano de 1857, eram executados depois de amarrados às bocas dos canhões britânicos…
Entre os navios principais (a que se segue o nome dos comandantes), contava-se o navio almirante, a São Jerónimo (Vicente Sodré), mais a Leonarda (D. Luís Coutinho), a Leitoa (Fernão de Atouguia), a Batecabelo (Gil Fernandes de Sousa), a São Paulo (Álvaro de Ataíde) e a São Miguel (Gil Matoso). Depois, havia as unidades secundárias, que estavam programadas para permanecer na Índia caso não houvesse cargas para elas: Bretoa, São Rafael, Vera Cruz e Santa Helena. Finalmente as caravelas: Santa Marta, Fradeza, Salta na Palha, Estrela e Garrida. Tudo num total estimado de 800 pessoas, o quíntuplo da viagem inaugural cinco anos antes.
Esta segunda viagem de Vasco da Gama foi tanto mais útil quanto menos épica do que a que a antecedeu. Desta vez já havia do lado português um objectivo mais concreto para a missão da expedição portuguesa: controlar o comércio marítimo da Costa do Malabar recorrendo a todos os meios que fossem necessários, mesmo ao terror. As acções então protagonizadas por Vasco da Gama, como o afundamento de navios de comércio, a mutilação de comerciantes aprisionados ou o bombardeamento de entrepostos comerciais contar-se-ão entre aquelas que, sendo indispensáveis para o estabelecimento do poder à distância, não farão propriamente parte de quaisquer gestas nacionais…
O facto daquelas acções serem observadas com repugnância a partir dos valores da actualidade não nos pode fazer esquecer que praticamente todos os impérios, com mais ou menos visibilidade, durante as suas fases de implantação ou de consolidação, recorreram àquele mesmo tipo de argumentos para alicerçarem o seu poder. Eram episódios de uma realpolitik que alguém de entres as elites britânicas com a sua tradicional fleuma, veio a designar por desagradáveis necessidades, como a retratada abaixo, onde os cipaios revoltados que tivessem sido capturados durante o Grande Motim indiano de 1857, eram executados depois de amarrados às bocas dos canhões britânicos…
Interessante. Bem podemos dizer que só à segunda é que VG explicou como se faz a globalização.
ResponderEliminarSe assim quiser. Então na terceira foi a vez de lhe darem explicações sobre globalização: morreu, possivelmente de malária...
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