14 junho 2008

P´LA TATÃO

Entre os 145 vocábulos que Pedro Correia odeia conta-se Platitude, palavra que, nem é para o contrariar expressamente, considero ter um ritmo interessantíssimo, marcado pela pronúncia das consoantes. Aliás, numa das cenas iniciais do filme O Pai Tirano (1941), aquele ritmo é aproveitado num diálogo entre Mestre Santana (Vasco Santana) e a Dona Cândida (Luísa Durão), quando o primeiro descreve à segunda os problemas amorosos do Chico (Ribeirinho):

Mestre Santana - … e anda aquele pateta platónico caidinho p´la Tatão!! P´la Tatão?! Aquilo não é uma mulher…
Dona Cândida - Hã?!
Mestre Santana - … é um tambor!
Dona Cândida - Ai, credo!
Mestre Santana - P´la Tatão!... Platatão!... Platatão! Tão! Tão!

E a cena muda para uma banda da GNR a marchar ao som de caixa e cornetins, subindo a Rua do Carmo, passando depois para as caixeiras da Perfumaria da Moda que, à porta da loja, seguiam o desfile. Entre elas, a famosa Tatão... É uma pena que a cena não esteja disponível no You Tube.

De tantas vezes repetido, suponho que já quase todos os portugueses devem ter visto mais do que uma vez aquele filme. Mas nem todos devem saber que, apesar de ter o nome artístico de Leonor Maia, Tatão era o diminutivo verdadeiro da Tatão, cujo verdadeiro nome era Maria da Conceição Vasconcelos.

Em contrapartida, ao contrário daquela Tatão do filme, que no fim se resignava a ficar com o Chico, a verdadeira Tatão, depois de uma breve carreira de actriz numa dezena de filmes, veio a casar fora do seu meio, com um oficial norte-americano, país onde se veio depois a radicar...

2 comentários:

  1. Mas que título, mas que lúdico, mas que bom foi ter lido este post.
    :)))

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  2. Obrigado Maria do Sol!

    Nem de propósito a RTP1 repetiu o filme!

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