A IMPORTÂNCIA DAS VEDETAS DESPORTIVAS

Discutia eu ontem com um amigo mais uma daquelas escolhas de Marcelo, desta vez uma apreciação dele sobre a projecção internacional das vedetas da selecção portuguesa de futebol. O exemplo dado por Marcelo era o de uma visita de Jorge Sampaio a uma escola palestiniana, onde ninguém parecia conhecer Portugal à excepção de um aluno que tinha Cristiano Ronaldo por ídolo. A importância disto, rematava Marcelo, os seus amigos intelectuais não conseguiam compreender… Foi esmagadoramente convincente!

Mas eu devo torcer pelo mesmo clube dos amigos intelectuais de Marcelo. Acho que o facto de um miúdo palestiniano tenha Cristiano Ronaldo por ídolo é algo de lisonjeiro, especialmente para o próprio, mas é coisa que não tem importância nenhuma. Nessa conversa com esse meu amigo, que conheço de há muito, lembrei-me que o seu grande ídolo de juventude havia sido o condutor de Formula 1 sueco, Ronnie Peterson. E ambos concordámos que isso não influenciara nada a sua disposição em relação à Suécia…
É fácil desacreditar a pretensa profundidade do argumento marcelista. Basta observar o que aconteceu às vedetas desportivas de há uma, duas, três décadas, para perceber como o fenómeno tem apenas a importância de tudo o que é efémero. Trata-se da mesma importância de entretenimento dos próprios comentários de Marcelo Rebelo de Sousa. Hoje, também só os seus amigos intelectuais é que se lembrarão ainda como Marcelo jurou que nem que Cristo descesse à Terra ele se candidataria a presidente do PSD…