Dias quentes de Verão são também dias de grandes competições de atletismo e oportunidade para evocar nostalgicamente Jarmila Kratochvílová (n.1951), o patinho feio do atletismo feminino checoslovaco de há 30 anos atrás. As marcas feitas por si em 1983 permanecem ainda hoje como recorde do mundo (1:53,28 aos 800 metros) ou então como a segunda melhor marca de sempre (47,99 aos 400 metros), comprovando que, enquanto as dopagens foram protegidas pelos regimes que se promoviam através do desporto, elas nunca foram muito ilegais. Só isso pode explicar que se tenham passado trinta anos sem que, numa data de disciplinas do atletismo feminino, as atletas não se consigam aproximar sequer das marcas então registadas. Porém, pensando bem, tirando o facto delas permitirem a afirmação da superioridade desportiva do socialismo, relativamente tudo ficava na mesma: nesta corrida abaixo, uma espectacular fase final de uma estafeta de 4 x 400 metros, onde Jarmila Kratochvílová (de branco) engata o turbo e vai buscar no último percurso as suas rivais da Alemanha Democrática (azul) e da União Soviética (vermelho), presuma-se que tão dopada estaria ela como as outras duas…
Inadvertidamente o amigo esqueceu-se de Florence Griffith-Joyner, Marion Jones, Car Lewis, Ben Johnson, etc. Creio que a visibilidade APENAS do dopping dos antigos países comunistas era mais uma peça de propaganda da Guerra Fria. E muitos de nós caímos nela.
ResponderEliminarGostaria de começar por deixar claro que eu não sou amigo nem aceito que me trate por tal quem aqui comenta sem se identificar. Mas, mais do que uma crítica ao carácter deste meu «amigo» acima, a crítica principal é para o seu intelecto: ele, certamente por inadvertência, confundiu a crítica à prática da dopagem – comum a todos os atletas, ocidentais e do Leste –com a crítica à cobertura e à promoção institucional que os países ditos socialistas fizeram dessa prática. Expliquemos-lhe com exemplos concretos para que o meu interlocutor perceba a diferença entre uma coisa e outra e assim esta «amizade» que aqui começa floresça ainda mais:
ResponderEliminarDe entre os quatro nomes que apontou os outros dois (Lewis e Griffith) terão eventualmente escapado, mas Ben Jonhson e Marion Jones foram apanhados e sancionadas pela prática de dopagem; todavia, nunca nada disso esteve sequer perto de acontecer com as grandes vedetas desportivas do Leste, seja a Jarmila Kratochvílová aqui em destaque, fossem grandes rivais suas, a alemã Marita Koch, as soviéticas Nadezhda Olizarenko e Olga Bryzgina, ou a também checa Tatána Kocembová… Enfim, é interminável a lista destas atletas que NUNCA FORAM APANHADAS DOPADAS (porque as federações se asseguravam que assim seria) ao mesmo tempo que CORRIAM COMO NUNCA MAIS SE VOLTOU A CORRER.
Ah.... e o ciclismo?????... também conta para aqui... ou é melhor esquecer?????
ResponderEliminarE a natação????... aqueles records da RDA (todos cheios de doping) batidos por... quantos segundos?????... pois é, deve ser com o "xarope" que se vende no McDonalds, né?
ResponderEliminarNão percebo qual a ideia de evocar a dopagem no ciclismo e na natação. Por também existir, a dopagem do atletismo desaparece e/ou passa a ser desculpabilizada, é?...
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