06 agosto 2013

COMO INDIANA JONES SOBREVIVEU A UMA EXPLOSÃO NUCLEAR DENTRO DE UM FRIGORÍFICO

Nesta cena acima do filme Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, o herói consegue escapar a uma explosão nuclear – por coincidência, hoje evoca-se o 68º aniversário de Hiroxima – dentro de um frigorífico daqueles primordiais, de aspecto particularmente robusto, onde Spielberg nos dá um plano suplementar para nos informar que estava revestido a chumbo. Na realidade, à distância a que Indiana Jones parecia encontrar-se da bomba, havia uma possibilidade muito alta que a onda de calor da detonação derretesse o frigorífico consigo lá dentro; na eventualidade dele sobreviver a essa prova, ficaria ainda dependente da espessura da camada de chumbo do revestimento a sua capacidade de sobreviver às radiações emitidas quando da explosão; e na eventualidade de, mesmo assim, sobreviver a elas, dependeria do chumbo e do peso do frigorífico o que lhe aconteceria a seguir, com a onda de choque que se seguiria a projectá-lo a mais de 300 km/h, com um Indiana Jones apertado lá dentro a ser sujeito na queda às forças de desaceleração equivalentes às que um passageiro de avião sofreria quando este último se despenhasse (abaixo). Em suma, a hipótese de Indiana Jones sair do frigorífico pelo seu pé é nula, mas o cinema compartilha com a política a importância que dá àquilo que nos é exibido, para que nos pareça sobretudo verosímil, mais do que verdadeiro…

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