A pretexto do anúncio da captura de Goran Hadzic, o último dos grandes criminosos de guerra sérvios que eram reclamados pelo Tribunal Penal Internacional (sedeado em Haia, nos Países Baixos), creio que vale a pena relembrar os acontecimentos de há 16 anos atrás, em Srebrenica, na Bósnia, envolvendo precisamente os sérvios, os bósnios… e também os holandeses. Em Abril de 1993, a Resolução 819 do Conselho de Segurança da ONU fora aprovada por unanimidade, estabelecendo uma zona de segurança em redor de Srebrenica, uma cidade de maioria muçulmana situada no Leste da Bósnia-Herzegovina (abaixo).
Para a verificar e implementar no terreno essa zona de segurança a cidade recebeu então uma guarnição de um batalhão de cerca de 600 capacetes azuis, sob a égide da ONU, uma unidade militar de origem holandesa. Em Julho de 1995, no quadro geral da Guerra Civil que dilacerava as regiões constituintes da antiga Jugoslávia, as forças sérvias da Bósnia sob o comando do General Ratko Mladić invadiram a zona de segurança de Srebrenica neutralizando as unidades holandesas ali destacadas. Cerca de 40.000 civis que aí se haviam refugiado foram expulsos e mais de oito mil homens (militares e civis) foram executados. Por causa desse genocídio, Ratko Mladić (acima) foi considerado um criminoso de guerra, capturado há cerca de dois meses e aguarda a sentença de um julgamento que só recentemente começou. O Mundo ainda não esquecera infelizmente outros episódios do mesmo género desde os que haviam sido perpetrados, por exemplo, pelas SS no decurso da Segunda Guerra Mundial. O que constituiu uma novidade no Massacre de Srebrenica é que ele tivera lugar diante de uma unidade militar que fora destacada, entre várias missões, para impedir que isso mesmo acontecesse – pelo menos, assim fora explicado à opinião pública!
Para a verificar e implementar no terreno essa zona de segurança a cidade recebeu então uma guarnição de um batalhão de cerca de 600 capacetes azuis, sob a égide da ONU, uma unidade militar de origem holandesa. Em Julho de 1995, no quadro geral da Guerra Civil que dilacerava as regiões constituintes da antiga Jugoslávia, as forças sérvias da Bósnia sob o comando do General Ratko Mladić invadiram a zona de segurança de Srebrenica neutralizando as unidades holandesas ali destacadas. Cerca de 40.000 civis que aí se haviam refugiado foram expulsos e mais de oito mil homens (militares e civis) foram executados. Por causa desse genocídio, Ratko Mladić (acima) foi considerado um criminoso de guerra, capturado há cerca de dois meses e aguarda a sentença de um julgamento que só recentemente começou. O Mundo ainda não esquecera infelizmente outros episódios do mesmo género desde os que haviam sido perpetrados, por exemplo, pelas SS no decurso da Segunda Guerra Mundial. O que constituiu uma novidade no Massacre de Srebrenica é que ele tivera lugar diante de uma unidade militar que fora destacada, entre várias missões, para impedir que isso mesmo acontecesse – pelo menos, assim fora explicado à opinião pública!
A controvérsia à volta da cumplicidade (por omissão) dos holandeses veio a ultrapassar a da responsabilidade – inequívoca! – dos sérvios bósnios. Correu Mundo uma fotografia em que o comandante holandês, o Tenente-Coronel Thomas Karremans (acima, ao centro) bebia um copo com Mladić (à esquerda). Para se justificarem, os militares holandeses procuraram transferir as responsabilidades para o poder político e para as directivas dele emanadas que lhes limitaram a capacidade de actuação. Na política doméstica ainda vingou essa versão: o 1º Ministro Wilhem Kok demitiu-se em 2002 por causa dessas acusações.
Em termos internacionais e entre os homólogos das outras Forças Armadas, a começar pelos aliados da NATO, o desempenho do exército holandês do Massacre de Srebrenica foi acolhido no meio de um silêncio que teve tanto de cúmplice quanto de eloquente… Se há algo que torne as Forças Armadas dos Países Baixos quase únicas no Mundo é a força negocial das suas associações sócio-profissionais e sindicais (também o pioneirismo na aceitação de homossexuais nas fileiras). Claro que isso terá os seus custos na operacionalidade, a ponto se dizer ironicamente que ali a próxima Guerra não pode começar ao fim-de-semana - não está ninguém no quartel...
e fui ver a lista de exércitos
ResponderEliminaronde aceitam gay's...muito longa...
até engloba a China(Taiwan ou
Pekin?)
Só soube que tivera um gay no meu
pelotão após transferência para
uma unidade de europeus...viveu
"clandestino"enquanto esteve na
unidade "negra".Foi transferido
por ser incompetente...sem
preconceitos
Eu acho que os Holandeses são soldados de brincar tive que os aturar num exercício nato na brigada em stº Margarida eles e os italianos como soldados são uma valente m..da
ResponderEliminarA Guerra não é deles.
ResponderEliminarO drama da Europa em termos de defesa é a dependência dos norte-americanos.
Os Ingleses como não os vencem juntam-se, os franceses querem fazer querer que aindaditam alguma coisa.
Mas sempre tivémos as manifestações anti-Bush.
Ah, e os russos...esses ainda sabem o que é uma guerra.
Para seu esclarecimento, Paulo, a China referida no artigo da Wikipedia é Taiwan. Na outra China essas questões nem existem oficialmente.
ResponderEliminarO facto de ter inserido aquela ligação ao artigo não teve propriamente a ver com a questão dos direitos dos homossexuais, mas foi sobretudo para mostrar os exageros a que aquele assunto foi levado, tão típicos das Forças Armadas holandesas.
Suponho que legislar sobre o assunto é expectável, agora criar uma "Fundação para a Homossexualidade na Instituição Militar", presidida pelo Tenente-Coronel Holtel, para funcionar como grupo de pressão "para defender os interesses do pessoal homossexual e lésbico junto do ministro da defesa" começa-me a parecer uma coisa MUUUUITO elaborada...