Eu percebo as razões comerciais pelas quais os responsáveis pelo guia Michelin pretendem que se faça tanto barulho à volta da sua publicação. Eu percebo as razões comerciais pelas quais os visados - os restaurantes pontuados - pretendem que se faça tanto barulho à volta da sua publicação. O que eu não percebo é a atitude entusiástica e acrítica como as classificações são acolhidas a cada ano, com a comunicação social - e agora eminentes membros entendidos das redes sociais - a comportar-se como cachorros dando ao rabo de alegria. O critério como se processa a atribuição das estrelas é bastante discutível e em mais do que um aspecto. Abaixo pode ler-se a opinião de José Quitério a esse respeito dada numa entrevista o ano passado ao Expresso - o mesmo jornal que agora é um dos que mais embandeira em arco com as estrelas. É tortuosa a lógica neste país em que se escalpelizam todas as arbitragens do campeonato de futebol na programação televisiva do dia seguinte, mas que se verga displicentemente à avaliação dos restaurantes feita por uns espanhóis de que não há a certeza que saibam identificar devidamente uma chaputa na lota. Excepção a toda esta pantomina: o Observador. (É por estas coisa que vale a pena ler o jornal, apesar de eles serem uns reaccionários do caraças).
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