23 outubro 2016

A BUSCA PELAS ORIGENS DA CRISE ECONÓMICA, POR CÁ E LÁ POR FORA

Nesta semana que findou, o Financial Times e a The Economist coincidiram na análise a um livro que foi publicado no início deste mês e que se intitula The Innovation Illusion. Parece ser um livro polémico: segundo os autores, a estagnação do crescimento económico que se regista em todo o mundo capitalista deve-se ao próprio sistema. Citando algumas passagens do comentário publicado pela revista inglesa, aquele que fora o motor do desenvolvimento capitalista, a tão mencionada destruição criativa, descrita por Joseph Schumpeter est(ar)á hoje kaput. Com excepção de algumas vedetas, como a Google ou a Amazon, o capitalismo está a envelhecer e a acomodar-se. E a tão culpada regulação excessiva será apenas uma parte ínfima do problema. As causas principais est(ar)ão na própria evolução do capitalismo. Para exemplo: as 100 maiores firmas europeias foram todas fundadas há mais de 40 anos. Enfim, qualquer das duas publicações citadas (cujas simpatias ideológicas são conhecidas), fazem uma análise crítica ao livro, daquelas passíveis de despertar o nosso interesse em vir a adquiri-lo. A ausência de crescimento económico é o problema de fundo, não apenas da situação económica mundial mas também sobretudo da situação económica portuguesa. Enquanto isso e nesta mesma semana, cá por Portugal, o jornal Público (cujas simpatias ideológicas têm evoluído) prefere destacar a opinião de Maria de Fátima Bonifácio, que nos propicia uma outra perspectiva sobre as causas daquela mesma estagnação do crescimento económico. Com ela fala-se da revolução tecnológica, da deslocação da criação da riqueza e no fim, ceterum censeo, da culpa que é - surpresa!.. - da social-democracia (que é a mesma coisa que o estado social e que está esgotada...). Quando assim se fala de globalização esquecem-se deste seu outro aspecto colateral: o da comparação e da evidência do valor dos vates cá da paróquia...

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