Como outrora na Atenas clássica se adulterou o uso do ostracismo (acima, um boletim de voto para esse fim que se chamava ostrakon) para o exílio dos dirigentes políticos da facção rival, actualmente em Portugal, quando vivemos momentos difíceis, nervosos, propensos a manifestações de indignação que me parecem mais exuberantes do que reflectidas (mais abaixo), parece que se está a fazer algo de muito semelhante com as Petições Públicas, usando-as (e desgastando-as) como arma de puro arremesso político.
Esclareço desde já a minha opinião quanto ao caso que actualmente está a ter maior visibilidade mediática: Cavaco Silva espalhou-se ao comprido com as suas declarações sobre os rendimentos. Agravando a situação, a benignidade como as suas declarações foram tratadas pelos comentadores mediáticos (casos de Marcelo Rebelo de Sousa ou de Daniel Bessa) concluído pelo desastre final do esclarecimento presidencial que a Lusa se apressou a publicar e que era dispensável – já todos haviam percebido à primeira…
Agora, qual o sentido de uma Petição Pública que para aí corre que pretende que o presidente se demita por causa das suas declarações?... Há exemplos de presidentes forçados à demissão mas por actos que praticaram: Richard Nixon nos Estados Unidos em 1974 ou Collor de Melo no Brasil em 1992. Mais: quando essas mesmas notícias atribuem significado ao número de assinaturas que a Petição Pública já reuniu (cerca de 33.000 até agora) esquecem-se de as comparar com os 2.230.000 votos que reelegeram Cavaco Silva há um ano…
Mas para aqueles entusiastas que nem assim vêm o argueiro no seu olho, termino como comecei, relembrando que, como armas de arremesso político, as Petições Públicas são como os chapéus do Vasco Santana: há muitas… Ainda anda por aí uma outra reunindo cerca de 37.500 assinaturas e que tem por alvo José Sócrates, para o julgar por gestão danosa dos dinheiros públicos. Estão bem uma para a outra. É que, qualquer disparate, só por ter dezenas de milhares de pessoas a apoiá-lo, não deixa de ser disparate por isso…
Esclareço desde já a minha opinião quanto ao caso que actualmente está a ter maior visibilidade mediática: Cavaco Silva espalhou-se ao comprido com as suas declarações sobre os rendimentos. Agravando a situação, a benignidade como as suas declarações foram tratadas pelos comentadores mediáticos (casos de Marcelo Rebelo de Sousa ou de Daniel Bessa) concluído pelo desastre final do esclarecimento presidencial que a Lusa se apressou a publicar e que era dispensável – já todos haviam percebido à primeira…
Agora, qual o sentido de uma Petição Pública que para aí corre que pretende que o presidente se demita por causa das suas declarações?... Há exemplos de presidentes forçados à demissão mas por actos que praticaram: Richard Nixon nos Estados Unidos em 1974 ou Collor de Melo no Brasil em 1992. Mais: quando essas mesmas notícias atribuem significado ao número de assinaturas que a Petição Pública já reuniu (cerca de 33.000 até agora) esquecem-se de as comparar com os 2.230.000 votos que reelegeram Cavaco Silva há um ano…
Mas para aqueles entusiastas que nem assim vêm o argueiro no seu olho, termino como comecei, relembrando que, como armas de arremesso político, as Petições Públicas são como os chapéus do Vasco Santana: há muitas… Ainda anda por aí uma outra reunindo cerca de 37.500 assinaturas e que tem por alvo José Sócrates, para o julgar por gestão danosa dos dinheiros públicos. Estão bem uma para a outra. É que, qualquer disparate, só por ter dezenas de milhares de pessoas a apoiá-lo, não deixa de ser disparate por isso…