Tenho por adquirido que não basta apenas denunciar injustiças. Mesmo entre aquelas que são consensuais, reconhecidas por quase todos (como parece ser o caso da situação actual em Darfur, no Sudão), tem que haver sempre um ou mais elementos no sistema que tenham capacidade de intervenção e que estejam interessados em corrigir as referidas injustiças. Também é bem possível que as novas regras poderão produzir, por sua vez, outras injustiças e assim o ciclo continuará…

O italiano Antonio di Pietro (acima) foi a cara mais visível da equipa que procedeu à exposição do corrupto sistema político vigente na Itália desde o fim da Segunda Guerra Mundial, num processo que ficou conhecido pelo nome de Operação Mani Pulite (mãos limpas) em 1992. O sistema político acabou por ruir e reformar-se, mas parece que a causa próxima para isso terá sido o fim da Guerra-Fria e a possibilidade de haver finalmente rotatividade dos partidos no poder.

Finalmente, Maria José Morgado tornou-se a face da equipa de investigação do processo designado por Apito Dourado. É inequívoco que, por detrás da indignação pública, não existe ninguém verdadeiramente interessado em desmanchar a imensa teia que as notícias mostram parecer cobrir os órgãos dirigentes do futebol português, envolvendo os membros da federação portuguesa de futebol, da liga de clubes e dos clubes propriamente ditos*.

* Há uns anos atrás, Artur Jorge tentou concorrer ao cargo de presidente da federação em alternativa a Gilberto Madaíl: nem conseguiu reunir o número de assinaturas necessário para o efeito… Nem a União Nacional de Salazar conseguia isso!
Inocêncio Calabote?
ResponderEliminarComparado com aquilo que por aí anda... é um anjinho e, se derem tempo ao Conselho de Arbitragem, ainda pode ser canonizado!
Esqueci um pormenor!
ResponderEliminarInocêncio Calabote foi um visionário: um Galileu Galilei da arbitragem.
Ainda a FIFA não sonhava com os tempos de compensação, já ele os aplicava!!!
Mais uma achega para o "fomos nós sempre os primeiros"...