´Pera, ´pera, ´pera!... era uma expressão com que Jô Soares interrompia a explicação do seu parceiro num dos quadros do seu programa O Planeta dos Homens. Repetindo-se a maioria dos quadros de episódio para episódio, como se recordarão os que ainda se lembram do programa, nesse quadro o diálogo entre os dois intervenientes era sempre este:
- Oi, Juca!
- Oi, Zé!
- Você já sabe da última?
- Qu´é que foi?
Aí o Zé começava a contar a novidade, absurda.
- ´Pera, ´pera, ´pera!... – Cortava o Juca (Jô Soares), confundido. E então recapitulava na forma interrogativa o absurdo da novidade que lhe estava a ser contada pelo Zé. Terminava, retirando umas enormes luvas que trazia calçadas, carregado de ironia:
- Eu quero aplaudir…
- Oi, Juca!
- Oi, Zé!
- Você já sabe da última?
- Qu´é que foi?
Aí o Zé começava a contar a novidade, absurda.
- ´Pera, ´pera, ´pera!... – Cortava o Juca (Jô Soares), confundido. E então recapitulava na forma interrogativa o absurdo da novidade que lhe estava a ser contada pelo Zé. Terminava, retirando umas enormes luvas que trazia calçadas, carregado de ironia:
- Eu quero aplaudir…
A novidade que me mereceu o ´pera, ´pera, ´pera instintivo, idêntico ao do Juca, foram as notícias do aparecimento na disputa pela liderança do PSD, a par de Marques Mendes e Luís Filipe Menezes, da figura não muito conhecida de José Pedro Aguiar Branco. Não se tratará do mesmo Aguiar Branco que, num dos programas Prós & Contras sobre o Aborto na RTP, no princípio deste ano, quando criticava a redacção da pergunta que ia ser posta a referendo, foi confrontado pelo seu companheiro de partido Vasco Rato sobre qual havia sido o sentido do seu voto enquanto deputado, quando questionado sobre a redacção da pergunta?
É que, creio que se trata do mesmo Aguiar Branco, e a sua resposta da altura, expondo a enorme incoerência entre a sua posição enquanto parlamentar (votara-a favoravelmente) e a que ali defendia (criticava-a frontalmente), tornou-se num dos mais interessantes momentos de televisão que presenciei nos últimos tempos. Um episódio embaraçoso e muito pouco abonatório quanto à coerência de Aguiar Branco, embora ache a expressão assassinato de carácter excessiva para o que se passou: em televisão há sempre hipótese que, com o tempo, o carácter ressuscite. Mas não tão depressa… Assim vai o PSD, tão triste e tão frágil, que nem merece a ironia feroz do: - Eu quero aplaudir…
É que, creio que se trata do mesmo Aguiar Branco, e a sua resposta da altura, expondo a enorme incoerência entre a sua posição enquanto parlamentar (votara-a favoravelmente) e a que ali defendia (criticava-a frontalmente), tornou-se num dos mais interessantes momentos de televisão que presenciei nos últimos tempos. Um episódio embaraçoso e muito pouco abonatório quanto à coerência de Aguiar Branco, embora ache a expressão assassinato de carácter excessiva para o que se passou: em televisão há sempre hipótese que, com o tempo, o carácter ressuscite. Mas não tão depressa… Assim vai o PSD, tão triste e tão frágil, que nem merece a ironia feroz do: - Eu quero aplaudir…
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