26 de Novembro de 1939. A artilharia soviética disparou contra a própria povoação russa de Mainilo, situada na fronteira russo-finlandesa, a uns 30 km a Norte de São Petersburgo (na época conhecida por Leninegrado). A intenção, como já acontecera com os japoneses na China em 1931 ou com a Alemanha em relação à Polónia há menos de três meses, era criar um falso incidente diplomático que a União Soviética viesse a invocar para justificar a intervenção militar (invasão) sobre a Finlândia que Moscovo pretenderia desencadear de seguida. Porque o assunto tinha uma ressonância de déjà vu e era grave, era tratado pelos jornais com o destaque e a gravidade que as imagens acima documentam, como se o incidente não tivesse grandes hipóteses de remissão e se se tratasse apenas dos preâmbulos de uma declaração de guerra da União Soviética à Finlândia. Os jornais não estavam enganados: a denominada Guerra de Inverno iria começar dali por quatro dias (30 de Novembro), com a invasão da Finlândia. Só que as coisas não iriam correr militarmente da mesma maneira que a Alemanha fizera na Polónia. Muita água iria correr debaixo das pontes até 1945 por aquelas paragens, mas, por estes dias de há oitenta anos, em termos de política internacional, a semelhança entre os métodos e estilos dos nazis alemães e dos comunistas russos era mais do óbvia...
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