02 novembro 2017

O NOSSO E OS OUTROS SISTEMAS SOLARES

É raríssimo encontrarmos nas ilustrações o Sistema Solar representado na sua verdadeira escala. Por um lado, como se observa acima, há a disparidade das dimensões do Sol quando comparado com os planetas circundantes; mas o pior mesmo é preservar a escala quando se consideram as distâncias das órbitas. Para quem tiver uma genuína curiosidade em ver como é um sistema solar à escala, aprecie o exercício abaixo, realizado por uns curiosos norte-americanos, em que a referência da nossa Terra foi reduzida à dimensão de um berlinde. Mesmo a essa escala, foi preciso ir montar o modelo para um sítio onde houvesse quase 12 quilómetros de espaço livre! O Sol é representado por um balão luminescente e inflável com um metro e meio de diâmetro. Mercúrio está a 68 metros, Vénus a 120 metros, a Terra a 176 metros e Marte a 269 metros, seguindo-se os gigantes gasosos Júpiter (0,92 km), Saturno (1,7 km), Úrano (3,4 km) e Neptuno (5,6 km). A escala foi calculada de tal forma que, ao amanhecer e quando observados do ponto de vista da órbita do berlinde, o balão inflável tivesse o mesmo diâmetro aparente do próprio astro que se levantava no horizonte.

Este é o universo que os nossos cientistas conhecem com segurança e que, até há uma dúzia de anos, tinham como referência. A descoberta dos exoplanetas (ou seja, planetas que orbitam outras estrelas - hoje há cerca de 3.700 referenciados) veio subverter muito do que se dava por normal na estrutura dos sistemas planetários à volta das estrelas. Prolongando estes trabalhos de configurar o Sistema Solar a uma escala e inserindo para comparação aquilo que se vai descobrindo, talvez os leigos possam perceber melhor o exotismo das descobertas. Um exemplo bem recente é o de uma estrela situada a 600 anos-luz da Terra, identificada pela designação NGTS-1. Regressando ao quadro do cimo do texto, é notória a disparidade das dimensões entre a estrela e os planetas circundantes. No caso do planeta que foi detectado na órbita de NGTS-1 aquela disparidade quase desaparece. Não apenas a estrela é pouco mais de metade do Sol como se estima que o planeta (NGTS-1b) seja ⅓ maior do que Júpiter (veja-se o quadro abaixo). Mais do que isso, e preservando a escala e as distâncias usadas no exercício acima para o Sistema Solar, o balão inflável teria agora apenas 86 cm de diâmetro mas a bola representando NGTS-1b estaria apenas a uma distância de 5 metros!

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