31 agosto 2015

QUEM SE LEMBRA DA TRAGÉDIA DO ESTÁDIO DO HEYSEL?

Comemora-se hoje o décimo aniversário de uma tragédia que custou a vida a quase mil (953) peregrinos iraquianos por ocasião de uma tradicional peregrinação xiita. Antes das cerimónias, numa das colunas de dezenas de milhares que se iria concentrar no santuário em Bagdade, alguém apontou para alguém dizendo que se tratava de um bombista suicida e gerou-se o pânico precisamente quando parte dessa coluna atravessava uma das mais importantes pontes (Al-Aimmah) que cruza o rio Tigre. As mortes ocorreram por esmagamento no próprio tabuleiro da ponte e nos acessos (acima) e também por afogamento, quando as pessoas em desespero se atiraram ao rio. Hoje, não encontrei nenhuma evocação deste acontecimento na imprensa ocidental. O contraste é colossal quando em comparação com episódios idênticos ocorridos por cá, como será o caso do Heysel e da final da Taça dos Campeões de 1985, que causou 39 mortes e que é repetidamente evocado todos os anos (este ano foi o 30º aniversário). Sendo o aniversário mais recente e sendo o número de vítimas 25 vezes superior, não restem dúvidas que o interesse do Ocidente pelo que se passa naquelas paragens é diminuto e, não desculpando o seu inaceitável barbarismo, percebe-se por estas constatações porque é que os radicais islâmicos quando pretendem chamar a atenção da imprensa internacional para as suas acções preferem decapitar os ocidentais. Aos locais, e como se constata, mesmo que morra um milhar deles, não se costuma prestar particular atenção. E em alternativa, os leões estão extintos naquelas paragens desde há muito...

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