16 agosto 2015

O ESTRANHO MISTÉRIO DO EX-MINISTRO QUE DESAPARECEU DO RADAR

Se há escândalo de que o actual executivo dificilmente se consegue dissociar é o da concessão dos vistos gold que custou até a cabeça de Miguel Macedo em Novembro passado. Se, por um lado, com José Sócrates e Ricardo Salgado, a comunicação social está bem servida de escândalos, por outro, reconheça-se que se está em Agosto, que é um período tradicionalmente difícil para achar assunto noticioso, onde até há que pôr as pessoas de nariz para o ar à procura das Perseidas. Mas sobre Miguel Macedo e os vistos, vá-se ao Google e descubra-se que, desde há bem mês e meio que nada aparece a seu respeito. No final de Junho, recorde-se, a comissão parlamentar de Ética levantara a imunidade parlamentar de Macedo, votando ao contrário daquilo que havia feito dois meses antes: é que entretanto o ex-ministro fora constituído arguido, suspeito de prevaricação e tráfico de influências. Das últimas vezes que Macedo aparece nas notícias é em 1 de Julho, quando o Público o dá como ficando de fora das listas de candidatos a deputados – quando o contrário é que se estranharia... – e dois dias depois, quando o Correio da Manhã o absolve dos pecados porque fizera o que fizera para ajudar um amigo (leia-se abaixo como naquele jornal se pode e sabe ser tão simpático para um outro tipo de arguidos que não Sócrates). Daí para cá, e quiçá também por amizade (e muita, do Correio da Manhã por Miguel Macedo), o homem, não vendendo o seu apartamento como Sócrates, nem o doando à família como Salgado, mas alguma coisa andando a fazer, nem que seja ir de férias para algum lado, conseguiu desaparecer (mais os embaraçosos vistos gold) do radar noticioso de uma comunicação social aflitinha à procura de assunto.

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