04 maio 2021

COMENTÁRIOS E COMENTADORES

Estes comentários do sr. Joaquim Rodrigues que encontrei na caixa dos ditos de um artigo publicado esta Segunda Feira no Público, artigo esse onde se noticia a reacção de Rui Rio à entrevista dada este fim de semana por António Costa, servem aqui apenas de exemplo para me questionar sobre os méritos implícitos das opiniões nos mecanismos que os órgãos de comunicação social aplicam depois na sua promoção. Em rigor, e apesar de eu não concordar em quase nada com o que ele escreve, a opinião do Experiente Joaquim Rodrigues deveria valer um mínimo, sobretudo quando em comparação com toda aquela catrefa de comentadores e opinadores que enxameia e chega mesmo a saturar o nosso espaço mediático. A haver um critério, deveria ser o da qualidade, a profundidade da análise, o rigor das previsões. Sabemos que não é nada disso que acontece. O(s) comentador(es) do jornal/rádio/canal é(são) bom(s) porque é(são) bom(s). É secreto o processo que os promove até aquele estatuto; é misterioso o critério que os faz subsistir apesar da qualidade (quantas vezes medíocre!) do comentário que produzem; e só é transparente a inércia com que os consagrados se perpetuam em palco (já nem é preciso ler sequer o título da crónica de António Barreto para saber o que ele vai escrever, por exemplo...). Em suma, fica-me a impressão que o processo, de uma certa maneira, reproduz a Natureza: terá tudo a ver com a cor da passarada, não com o pio.

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