29 de Julho de 1958. Há 60 anos o presidente Eisenhower assinava a legislação que criava uma nova autoridade que supervisionaria a partir daí todo o programa espacial civil dos Estados Unidos. Os acontecimentos que estão por detrás do início da Corrida Espacial (o lançamento pelos soviéticos do Sputnik 1 e 2) são conhecidos. A humilhação acirrada sentida pelos norte-americanos também. O que é menos recordado foi a constatação posterior que que uma boa causa para a ultrapassagem naquele campo pelos soviéticos se devera a uma péssima coordenação de esforços e a uma total dispersão de recursos entre os programas concorrentes de cada um dos três ramos das forças armadas: o Atlas da Força Aérea, o Redstone do Exército e o Vanguard da Marinha. A primeira reacção da administração foi a de optar pelo projecto da Marinha - quiçá por possuir um melhor lóbi... - e o resultado foi um fiasco, o que acentuou ainda mais a sensação de humilhação. O primeiro satélite artificial dos Estados Unidos foi lançado em 31 de Janeiro de 1958 pelo foguetão do Exército. Seis meses depois, a lição fora aprendida e a ideologia descartada. Projectos desta dimensão e complexidade era mais eficaz que fossem superiormente dirigidos ao bom estilo do centralismo e da planificação socialista, em vez da dinâmica da concorrência capitalista. Paradoxalmente, e para quem conheça os detalhes da corrida espacial que se irá disputar entre americanos e soviéticos durante a próxima dúzia de anos, até à chegada à Lua (abaixo), é mais fácil encontrar concorrência e disputas entre os diversos construtores associados ao programa espacial soviético - as rivalidades entre Korolev e Mishin e Chelomei, e entre o segundo e Glushko, por exemplo - do que entre aqueles que estavam sobre a égide da majestática e omnipotente NASA.
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